Com um aumento acumulado de 29% no ano, segundo a inflação oficial do governo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o leite começa a sair da lista de vilões dos preços altos nos supermercados. A primeira sinalização de desaceleração ocorreu no campo para os produtores. Para os consumidores, o valor do longa vida de um litro já chegou a R$ 3,59, para uma ou outra marca, depois de algumas semanas sendo vendido por até R$ 5,99. E a tendência é cair mais.
Depois de uma alta de 10,48%, apurada em julho, o longa vida teve uma queda de 3,8%, no mercado de atacado, na primeira quinzena de agosto, em relação à última de julho, segundo a consultoria Scott. Já os preços aos produtores de leite — da indústria e das cooperativas — baixaram de R$ 2,10 para R$ 1,80.
— Houve uma recuperação importante na produção em Minas Gerais e em São Paulo. No Sul do país, também vivenciamos um momento de safra, e a produção está aumentando mais forte lá do que em outras regiões produtoras do Brasil. Para a segunda quinzena de agosto, a maioria dos produtores no atacado (cerca de 80%) acredita na queda de preços do leite longa vida, em setembro — explicou Juliana Pila, zootecnista e analista da consultoria Scott.
Ainda de acordo com a especialista, o preço médio para o produtor de laticínios — incluindo queijo, requeijão e outros derivados — registrou uma desaceleração de 0,9%, na primeira quinzena de agosto, em relação aos últimos 15 dias do mês de julho. No mês passado, o leite e o feijão foram os itens que mais contribuíram para a elevação do índice de inflação medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que fechou julho com alta de 0,54%.
Crédito: jornal extra
23/08/2016