— Os amigos dele contaram que chegou um Sandero prata desgovernado no meio da festa e desceu um homem atirando. A polícia começou a trocar tiros, meu filho foi baleado na perna e caiu na calçada — contou a atendente de restaurante Vera Hilda Nunes da Silva, de 46 anos, mãe de Gustavo
Uma moradora teria socorrido o jovem para dentro de sua casa, mas, em seguida, um homem numa pick-up branca, que seria um policial militar, teria levado Gustavo. A família suspeita de envolvimento de policiais e milicianos no desaparecimento do adolescente.
— Essa vizinha disse que esse policial da pick-up levou meu filho porque iria socorrê-lo. Junto da pick-up estava uma viatura do 21º BPM (Meriti) e o PM da viatura disse ao motorista: “Foi você quem fez a merda. Agora limpe” — informou Vera.
O caso está sendo investigado pelo Setor de Descoberta e Paradeiro (SDP) da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Segundo a polícia, há uma milícia que atua no bairro Grande Rio, mas a participação de milicianos no desaparecimento do jovem ainda está sendo investigada.
A família já procurou Gustavo em IMLs, hospitais e delegacias. Também espalharam cartazes no local onde ele desapareceu. Um dia depois, todos os cartazes haviam sido retirados.
— Espalhamos mais de 50 cartazes. Sumiram todos. Os comerciantes foram ameaçados. Se colocassem novamente, teriam o comércio quebrado — disse o padrasto do jovem, Paulo Cesar Pires, de 39 anos.
Gustavo cursava o 8º ano do Ensino Fundamental e trabalhava como entregador de lanchonete.
— Ele era trabalhador e estudante. Era muito querido. Eu só quero meu filho. De qualquer jeito — lamentou Vera.
Por: Cintia Cruz
Crédito: Jornal Extra
Foto: Cintia Cruz
07/10/2016