De acordo com o Dnit, as sinalizações das rodovias federais usam uma técnica específica para serem vistas apenas com a luz dos faróis. Em nota, o departamento deixa claro que, quando a via tem um “grande desenvolvimento urbano e populacional” em suas margens, a responsabilidade de iluminar o local é da prefeitura, que pode cobrar uma contribuição dos moradores.
A proximidade dos postes de luz também chama a atenção de quem cruza o Arco. Em média, a rodovia tem uma unidade a cada 16,7 metros. A título de comparação, as vias de grande circulação do Rio, como a Avenida Brasil, têm um poste a cada 40 ou 50 metros, segundo a prefeitura.
A escolha da Kyocera-Soter foi publicada no Diário Oficial do estado em junho de 2014, um mês antes de Braga deixar o comando da secretaria. Segundo o portal da própria pasta, cinco empresas pediram a impugnação do pregão de licitação por acharem que as exigências restringiam a concorrência e que o prazo de três meses para a execução era curto.
O preço dos postes com placas fotovoltaicas (que funcionam com energia solar) varia de R$ 6 mil a R$ 23 mil no site da Neosolar Energia, de São Paulo. A diferença está na altura do poste e na potência da lâmpada.
A Secretaria estadual de Obras não respondeu por que os postes foram instalados se o Dnit afirma que rodovias federais não têm iluminação. A pasta também não comentou o fato de Hudson Braga ser considerado o verdadeiro dono do helicóptero registrado no nome da empresa B&A Participações, Projetos e Consultoria, de Sérgio Benincá. O empresário também é sócio da Kyocera-Soter.
Por: Marina Navarro Lins
Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo