Hospital Municipal de Itaguaí em estado de calamidade

O Hospital Municipal São Francisco Xavier, o único de Itaguaí, encontra-se em uma situação calamitosa. Durante vistoria realizada pelo Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed/RJ), na sexta-feira (11), foram encontrados dois tomógrafos encaixotados desde agosto do ano passado. Enquanto isso, os pacientes da unidade ficam sem realizar tomografias, por não haver outro equipamento instalado. Os funcionários relataram ainda que na Unidade de Paciente Grave (UPG) não tem médico de plantão. Além disso, os servidores estão com os salários atrasados. A remuneração referente ao mês de setembro foi paga na quinta-feira (10).

O SinMed/RJ vai ajuizar uma ação para regularizar o pagamento dos salários e garantir condições de trabalho satisfatórias. “Se estamos trabalhando em condições inadequadas, estamos colocando nossa profissão em risco. No momento em que você não denuncia, você está conivente com o que está acontecendo. O Código de Ética Médica nos obriga a denunciar as mazelas”, informou o presidente do SinMed/RJ, Jorge Darze.

Funcionários terceirizados denunciaram que a empresa desconta o recolhimento do INSS, mas não repassa ao governo. “Isso é crime. Retenção dolosa de tributos”, completou Darze.

A vice-presidente do SinMed/RJ, Sara Padron, fez uma panfletagem no centro da cidade e criticou a gestão municipal. “A UPA fechou e os postos de saúde estão abandonados. Isso não deveria acontecer em um município onde o prefeito gasta R$ 22 milhões na reforma de uma praça.”

O Hospital São Francisco Xavier tem quatro salas de cirurgias, porém, apenas uma está funcionando, devido à falta de equipamentos de anestesia e de refrigeração. De acordo com o médico Antônio Carlos Pires, faltam materiais básicos e a farmácia encontra-se fechada.

Nesta sexta-feira, não tinha neonatologista de plantão, pois a médica está de férias e não tem substituta. De acordo com os funcionários, a especialista faz 48 horas seguidas de plantão. Além disso, atualmente, a unidade conta apenas com um anestesista e um ortopedista para as cirurgias e emergência e eletivas.

Crédito: Jornal de hoje

12/11/2016