Na Baixada Fluminense, mais negros e pobres são assassinados

De 1980 a 2014, mais de 480 mil jovens, ou cerca de três vezes a população de Mesquita, que tem 168 mil habitantes, foram mortos com arma de fogo no Brasil. De acordo com o Mapa da Violência de 2016, os jovens são 58% das vítimas de homicídios praticados com arma de fogo. De acordo com a 9ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicada em 2015, o alvo da criminalidade está voltado, especialmente, para o jovem do sexo masculino, negro e pobre.

Na Baixada Fluminense, segundo dados do Instituto do Segurança Pública (ISP) dos 1702 casos registrados no ano passado, 90,8% das vítimas são do sexo masculino, 38,1% delas com idades entre 18 e 29 anos, e a grande maioria, ou 77,4%, negras ou pardas.

Senado vota projeto para redução de crimes

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal deve votar, ainda este ano, o Plano Nacional de Enfrentamento ao Homicídio de Jovens, que visa a reverter os altos índices de violência contra os jovens no prazo de dez anos.

Cinco metas estão na base do plano, a ser coordenado e executado sob orientação do governo federal: redução do índice de homicídios para o padrão de um dígito a cada 100 mil habitantes; redução da letalidade policial; redução da vitimização de policiais; aumento do esclarecimento de crimes contra a vida para 80% dos casos; e adoção de políticas públicas afirmativas em áreas com altas taxas de violência juvenil. O foco dessa ação serão os jovens negros e pobres, que lideram o ranking de mortes nessa faixa etária no país.

Depois de passar pela CCJ, o PLS 240/2016 será votado pelo Plenário do Senado.

Por Davi Boechat

Crédito: Conecta Baixada

01/11/2016