MESQUITA- A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mesquita foi alvo de mais uma violência em decorrência da insatisfação dos pacientes com a demora para o atendimento. Na noite de quarta-feira, a unidade funcionava com apenas um pediatra. O acompanhante de um paciente se irritou com a demora no atendimento e danificou toda a unidade, quebrando monitores e bancos. A médica pediatra que estava de plantão, grávida de seis meses, foi protegida por outros funcionários, e os danos foram apenas patrimoniais. O projeto de redução de equipes da Organização Social (OS) Instituto Data Rio, que administra a UPA, já havia sido condenado pelo Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro.
“Já havíamos alertado sobre a falta de segurança à qual esses profissionais são expostos devido à insatisfação dos pacientes com a inevitável demora nos atendimentos. Essa conduta cria uma situação de risco semelhante a uma panela de pressão, que pode explodir a qualquer momento. Hoje, explodiu a primeira, sem vítimas. A próxima, não sabemos como será. Sem esquecer da grande possibilidade de mau resultado”, lembrou o presidente do SinMed/RJ, Jorge Darze.
No último dia 12, o sindicato recebeu a denúncia de que a OS estaria demitindo funcionários para desonerar a sua folha de pagamento, alegando redução no repasse financeiro por parte do estado. De acordo com Darze, o estado reduziu em um bilhão de reais o repasse financeiro para as UPAs. Os médicos pediatras contratados pela empresa iriam pedir rescisão indireta coletiva, a partir de janeiro de 2017, por conta da sobrecarga de trabalho. Apoiados pelo SinMed/RJ, os médicos optaram pela solução judicial para o caso.
“Esses fatos ressaltam o verdadeiro intuito da OS, que seria manter um quadro com três médicos – dois clínicos e um único pediatra, que se submeteria ao atendimento interrupto por 24 horas consecutivas, sem direito a descanso e alimentação […]”, conforme dizia uma carta assinada pelos médicos da IDR, no último dia 15.
via: jornal de hoje
23/12/2016