Apesar da importância estratégica, há tempos o hospital vive à beira de um colapso. Ontem, a direção comunicou ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) que há risco de fechar as portas nos próximos dias.
“As cirurgias eletivas já estão suspensas desde o dia 7 e o serviço ambulatorial foi interrompido na quinta-feira. Permanecem apenas as consultas ambulatoriais de pacientes do pós-operatório”, informou a direção da unidade. A previsão, segundo a nota, era que a Secretaria estadual de Saúde enviasse insumos e medicamentos para suprir em parte a necessidade.
O Cremerj alerta que a situação pode piorar caso os repasses de verbas federais e estaduais não sejam regularizados e atualizados para atender ao aumento da demanda — em 2013, a média era de 4,5 mil atendimentos por mês, aumento de mais de 200%.
Administrado pela Prefeitura de Nova Iguaçu desde 2002, o hospital enfrenta o atraso de quase um ano no repasse do estado. A dívida já supera R$ 29 milhões. Desde 2013, o valor repassado pelo Ministério da Saúde é de R$ 6,3 milhões — o ideal seria R$ 11 milhões, diz o HGNI.
“É incalculável o impacto que a restrição de atendimento no Hospital da Posse causará a toda região. As pessoas não podem ficar desassistidas”, alerta Pablo Vazquez, presidente do Cremerj. A Secretaria de Estado de Saúde informou que, “desde o início do ano, vem recebendo cerca de 40% do orçamento estadual previsto”. Mesmo com essa limitação, destinou, neste ano, o valor relativo a seis meses de repasse de verbas ao HGNI e à Maternidade Mariana Bulhões — também em Nova Iguaçu. “Existe um débito pendente relativo a 2015 que ainda não está regularizado”, admite.
O Ministério da Saúde informou que repassou este ano para Nova Iguaçu R$ 270,6 milhões, sendo R$ 193,7 milhões para serviços de média e alta complexidade. E acrescentou que “estuda o ajuste das formas de financiamento, incluindo a tabela de procedimentos do SUS”.
Foto: Guilherme Pinto o globo
via: O dia
03/12/2016