Uma mulher foi presa suspeita do sequestro da grávida Rayanne Chrisitini, de 22 anos. Ela está na Cidade da Polícia desde segunda-feira. Thainá da Silva Pinto, de 21 anos, foi presa após prestar depoimento.
A Polícia segue fazendo buscas para encontrar Rayanne. A prisão da acusada foi decretada no Plantão Judiciário na madrugada de terça-feira. Familiares de Rayanne acompanham a investigação. A tia da jovem, Jupira Costa, disse ter esperança de encontrar a jovem e a bebê o mais rápido possível.
- Estou na fé de que vamos encontrar ela - se limitou a dizer.
Nesta quinta-feira, familiares e amigos de Rayanne e da suspeita estiveram na sede da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), no Jacaré. Investigadores mostraram imagens de câmeras de segurança da Central do Brasil em que a vítima e a suspeita aparecem. A família da acusada a reconheceu. As imagens mostram o momento em que Thaina deixou o local na companhia de Rayanne.
Nas redes sociais, conhecidos da acusada informam que houve grande movimentação de policiais em frente à residência, em Magé. A Delegada de Polícia Elen Souto, da Delegacia de Descoberta de Paradeiros, informou que novas diligências estão em andamento para localizar a desaparecida e esclarecer o caso.
Jovem está desaparecida desde a semana passada
Rayanne desapareceu na terça-feira, dia 13 de dezembro, após sair para encontrar Thainá na Central do Brasil, onde receberia doações para a segunda filha, que tem nascimento previsto para o início do ano.
Rayanne mora com a mãe, a filha de 3 anos e dois irmãos, em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio. Segundo amigos e parentes, ela estava em grupos no Facebook de doações de roupas e avisou que iria encontrar a mulher na Central do Brasil e iria até Magé, na casa da doadora, na Baixada Fluminense, para pegar as doações.
- Ela contou para uma amiga que iria encontrar essa mulher, mas não deu detalhes. A amiga dela alertou que aquilo era estranho. Por que ela deveria ir até a Central para ir até Magé? Não era mais fácil a mulher entregar tudo para ela? Não sabemos quem é a mulher. Entregamos um celular antigo dela para a polícia e estamos esperando informações. Mas é tudo muito devagar - disse a tia da jovem, Jupira Costa.
Amiga de Rayanne há mais de 10 anos, Ana Carolina Mattos, de 24 anos, foi a amiga com quem a jovem conversou antes do desaparecimento. De acordo com ela, Rayanne não desconfiou que algo pudesse dar errado.
- Achei muito estranho quando ela me contou. Ela disse que a mulher era da igreja e que o bebê dela tinha nascido muito grande e, por isso, tinha muitas roupas novas para doar. Eu falei que achava esquisito e que ela não deveria ir. Mas ela disse que não teria nada, nem fralda, caso a filha nascesse logo. Além disso, também falou que já tinha ido em favela em Guadalupe e não estava com medo de ir à Central. Passei o dia preocupada. Quando soube que ela não tinha voltado para casa, me desesperei. Mandei mensagens, mas ela não retornou nenhuma - disse a amiga.
Ainda de acordo com a tia de Rayanne, Jupira, a jovem deixou a filha de três anos na creche e foi em direção à estação de trem de Padre Miguel. Um amigo da jovem teria rastreado o celular dela até Caxias, mas perdeu o sinal.
- Ela deixou a filha na creche e foi de mototáxi até a estação. De lá, ia para a Central. Meu sobrinho viu ela entrando na estação de Padre Miguel. Era por volta de oito da manhã. A última mensagem que ela mandou foi por volta de 10h, quando ela perguntou para uma vizinha se ela estaria em casa. Acredito que tenha sido para dizer que ia demorar para voltar e para ver se alguém poderia buscar a filha dela na creche. Mas a vizinha só viu a mensagem depois de um tempo e ela não respondeu mais. Um amigo nosso rastreou o celular dela e ele estaria em Caxias, mas depois dali não tem mais sinal. Passamos tudo para a polícia - contou.
Por: Carolina Heringer e Gabriela Viana
via: jornal extra
23/12/2016