Os prefeitos que ‘reinam’, mas não moram na Baixada Fluminense

A Baixada Fluminense vive sua crise financeira como todo o Brasil vem vivendo, mas algo que chama bastante atenção é que seus administradores não moram por lá, a casa do prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier. como por exemplo, que fica na Barra da Tijuca, bairro nobre do Rio de Janeiro, para fazer o trabalho. Embora governe Nova Iguaçu até final de dezembro, ele mora em um apartamento duplex, em frente à praia. Bornier é prefeito de Nova Iguaçu pela terceira vez. Foi eleito em 1996 em primeiro turno, pelo PSDB, com 56% dos votos válidos. Quatro anos depois, foi reeleito também em primeiro turno, mas não cumpriu o mandato até o fim, já que se candidatou, 24 meses depois, a deputado federal. Já pelo PMDB, em 2012, venceu as eleições no segundo turno, com 207 mil votos. Logo nos primeiros dias de mandato Bornier mostrava a que veio: causou polêmica ao conceder aumento de 102% no salário de prefeito. O início de ‘reinado’ do prefeito pegou mal e ele teve de cancelar a medida, em 2016 perdeu a eleição para Rogério Lisboa.

Belford Roxo

Dennis Dauttmam nasceu em 23 de maio de 1964 em Ibicaraí, interior da Bahia. tem uma mansão no centro de Belford Roxo, porém "amigos próximos" relatam que sua casa fica mesmo na Barra da Tijuca em uma realidade tão longe que Belford Roxo vive. Segundo eles, Dauttmam apenas atende secretários em sua residência na cidade, mas vive mais fora dela nos últimos meses. Nas redes sociais moradores e servidores da cidade estão revoltados com o atraso de pagamentos que já ultrapassam quatro meses de atraso.

O que justifica um governante viver fora da cidade em que lutou, em tese, para administrar? Nada. Mas a lei protege esses homens públicos…

Só existe um dispositivo na Lei Eleitoral (9.504∕97) que prevê que os concorrentes ao cargo tenham domicílio eleitoral no município no mínimo um ano antes da eleição. E isso só durante a disputa! Porém, segundo acórdão do Tribunal Superior Eleitoral, o domicílio eleitoral não é necessariamente o local de residência e sim onde a pessoa tem vínculos políticos e sociais. Ora, administrar e não viver na cidade seria o mesmo que o empresário que não vive em seu negócio. Pode gerenciar algumas situações, contudo, sempre haverá alguém para fazer coisas inadequadas ou surrupiar seu patrimônio. A questão vai além. Não morar no município é deixar de sentir os problemas da população, suas mazelas e suas demandas.

Informações G1/ Jornal Destaque Baixada

20/12/2016