Nilópolis ficou 30 horas sem energia. Primeiro dia útil do ano também teve falta de luz
A combinação de ventanias, temporais e sobrecarga do sistema de energia elétrica por ligações clandestinas deixou várias cidades da Baixada Fluminense e bairros do Rio sem luz na virada do ano. Moradores de Nilópolis chegaram a ficar 48 horas seguidas sem luz; na Freguesia, na Zona Oeste, foram 24 horas a partir do dia 30. Mesquita e Nova Iguaçu também registraram quedas de energia.
Para alguns, no entanto, essa é uma questão de vida ou morte: o menino Luis Felipe Martins, de 6 anos, sobrevive por meio de respiradores e passou o Réveillon sem luz, em São João de Meriti. O que salvou a criança foi um gerador de R$ 7,8 mil que os pais de Luis começaram a pagar com a ajuda de amigos após passarem pelo mesmo problema três vezes em 2016. “Ele tem que ficar no respirador 24 horas por dia, além de vários aparelhos, todos movidos a energia elétrica. Já chegamos a ficar 18 horas sem luz, e o que nos salvou foi o ‘no break’”, contou Naiara Martins, de 27 anos, mãe de Luis.
A estudante de Nilópolis Mariana Cassiano, de 22 anos, continua sem energia desde as 23h do dia 31. A tia dela, de 66 anos, passou mal a noite inteira por causa do calor. “Liguei sete vezes para a Light, perguntei os prazos e eles só me respondiam ‘o mais rapido possível’. Esse ‘mais rápido possível está demorando quase 48h”, disse.
Na comunidade Cantagalo-Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul, a falta de energia vem desde o início de dezembro. Todo dia, a página do Facebook PPG Informativo divulga queixas de moradores. “É uma espécie de clichê: Chega final de ano, falta luz e água sempre”, reclama Ana Muza, idealizadora da página. A Light ressaltou que o reestabelecimento de energia depende da complexidade de cada situação e reforçou que os ‘gatos’ devem ser denunciados.
Policlínica sem energia
A Policlínica dos Bombeiros em Campinho, na Zona Norte, ficou o dia inteiro ontem sem energia elétrica. Equipamentos hospitalares, elevadores e ar condicionado não funcionavam. Nem o sistema com marcação de consultas estava disponível. De acordo com a sargento Valentina da Cunha e Silva, de 44 anos, técnica de enfermagem, o problema ocorre desde a inauguração, concluída em novembro do ano passado. Na última quinta, o expediente foi suspenso pelo mesmo problema. “Trabalhar na unidade prestando serviço para os pacientes nessa condição é desumano”, disse.
Segundo os bombeiros, a falta de luz foi provocada por uma oscilação de energia elétrica e os atendimentos foram mantidos. A unidade não possui internação e não faz cirurgias; caso o problema persista, os pacientes serão realocados.
Reportagem de Alessandra Monnerat
via: O dia
03/01/2017