A enfermeira Aline de Paula Pereira, de 31 anos, morta com um tiro na cabeça quando saía do plantão no Rio, foi enterrada ontem à tarde, no Cemitério municipal de Nova Iguaçu. Cerca de 300 pessoas acompanharam a cerimônia, marcada por dor, revolta e uma manifestação. Parentes e amigos de Aline usaram uma blusa com sua foto. Uma delas soltou uma pomba branca para pedir paz e cobrar justiça. Nenhum criminoso envolvido na morte da vítima foi identificado e preso.
Mãe de três crianças – de 3, 6 e 12 anos – ela levou um tiro durante uma tentativa de assalto na Avenida Brasil, altura da Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio. Aline havia acabado de sair do plantão do Hospital Rocha Faria, em Campo Grande. A enfermeira foi uma das fundadoras do Moto Grupo Motociclistas sem Rumo, que existe há quatro anos. Integrantes do grupo fizeram um protesto pelas ruas no entorno do cemitério, durante o velório de Aline e cobraram justiça.
“Estamos muito sentidos com a perda dessa mulher, bacana, lutadora e batalhadora. Era excelente mãe e uma pessoa maravilhosa. Foi um ato covarde e vemos onde a justiça às vezes é injusta”, desabafou o presidente do Moto Grupo, Hido Silva, de 56 anos.
Amiga de Aline, outra integrante do grupo, Priscila da Silva Matos, 35, também lembrou da amiga de forma carinhosa. “Imaginava um mundo de paz. Ela postou recentemente que havia muito direito para bandido e pouco para a sociedade”, lamentou.
Na última terça-feira, o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) divulgou uma nota de pesar lamentando a morte de Aline e destacando que “não é possível viver em um estado onde não há segurança e o seu direito de ir e vir seja cerceado de tal maneira que não possamos voltar do trabalho em segurança”: “O Coren-RJ lamenta o falecimento da enfermeira Aline de Paula, de 31 anos, ocorrido na noite da última segunda-feira (23), após uma tentativa de assalto na Avenida Brasil. A enfermeira saia de seu plantão e foi baleada na cabeça após dois bandidos tentarem roubar a moto em que a profissional estava.
Estamos profundamente consternados com o acontecimento. Não é possível viver em um estado onde não há segurança e o seu direito de ir e vir seja cerceado de tal maneira que não possamos voltar do trabalho em segurança”, diz um trecho da nota.
Via: Jornal de hoje
Foto: Ivan Teixeira
27/01/2017