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Supervia volta fechar passagem de muro derrubado em Japeri

quinta-feira, janeiro 26, 2017

/ by Jornal Destaque Baixada

A derrubada de parte do muro da linha férrea que divide o bairro de Engenheiro Pedreira, em Japeri, na Baixada Fluminense, virou caso de polícia. no final do ano de 2016, a construção amanheceu destruída, intrigando os moradores da região. Relatos dão conta de que o muro, construído em 2014, foi derrubado por duas máquinas em plena madrugada. Entretanto, ninguém sabe dizer quem foi o responsável pela ação. A SuperVia, que administra o sistema de transporte, registrou a ocorrência na delegacia da cidade.

O ato dividiu a opinião da população local. Uma parte, principalmente, os comerciantes das redondezas, comemorou.

— Essa passagem é necessária. O viaduto que foi construído é muito perigoso e longe — disse Selma Maria, de 50 anos.

Já outros pedestres pedem a construção de um mergulhão ou uma passarela no local.


— É muito perigoso atravessar aqui. Ainda deixaram esses ferros todos expostos. Pode causar outro tipo de acidente grave — reclamou o vigilante Jorge Carlos, de 56 anos.

Em nota, a SuperVia afirmou que pediu investigações da Polícia Civil sobre o caso e registrou como dano ao patrimônio público. A concessionária também prometeu reconstruir o muro e repudiou o ato.


Antes da construção do muro, o local servia de passagem de nível para veículos e pedestres. Mas, por causa dos acidentes na área, como atropelamentos, o ex-prefeito Ivaldo Barbosa dos Santos, o Timor, levantou a barreira. Na época, um viaduto também foi inaugurado para os veículos, porém, a nova via passa por cima de duas favelas em guerra pelo controle do tráfico de drogas. Com isso, motoristas preferem evitar a região. Em julho do ano passado, o “Mais Baixada” mostrou que um buraco clandestino foi aberto no muro para as pessoas. Elas reclamavam da distância da passarela (200 m mais longe).

Briga entre prefeitos



A polêmica sobre o muro colocou o ex-prefeito de Japeri e o atual em lados opostos. Timor, em comunicado, acusa Carlos Moraes de ter derrubado a construção.

“É realmente um fato a se lamentar. Com apenas 26 dias, o governo atual insiste em reabrir a cancela da morte, comprometendo a vida das pessoas”, afirmou Timor.

O atual chefe do Executivo do município nega as acusações, mas declarou ser a favor da abertura do muro.
— Não sei quem foi, nem me interessa saber também. Eu sei que estou aplaudindo. Estou aplaudindo, mas não tenho nada a ver com isso — comentou Carlos Moraes.
Apesar da promessa da SuperVia de reconstruir o muro, se depender da vontade de Moraes, a passagem ficará aberta. Ele prometeu ainda mandar retirar os entulhos que estão no local.
— O viaduto construído foi mal feito. Em 23 anos de governo, foram 23 mortes ali. Tem risco de acidente, mas é mínimo — declarou Moraes. Até o fechamento da edição, a Polícia Civil não comentou sobre as investigações do caso.
Por: Igor Ricardo
Foto: Kleber júnior/ Extra e Jornal Destaque Baixada
via: Jornal Extra
26/01/2017
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