Moradores de Nova Iguaçu fazem abaixo-assinado contra fechamento do Hospital da Posse

NOVA IGUAÇU- O anúncio feito na última segunda-feira pelo prefeito de Nova Iguaçu Rogério Lisboa, onde admitiu a possibilidade do fechamento do único hospital público de Nova Iguaçu, deixou moradores temerosos e assustados. Ontem de manhã, o líder comunitário Denílson Marques da Silva, começou uma campanha para promover um abaixo-assinado contra o fechamento do Hospital da Posse. Segundo ele, em menos de 24 horas, já foram recolhidas mais de 1.200 mil assinaturas. Elas serão encaminhadas ao Ministério Público Estadual.

A coleta de assinaturas será feita de duas formas: sendo com uma base fixa em frente ao Hospital e outras bases móveis que vão percorrer diversos bairros do município. “Estamos colocando faixas também na Cerâmica, Parque Flora e Bairro Botafogo. O objetivo é atingir 10 mim assinaturas e encaminhar ao Ministério Público Estadual. Estamos querendo ajudar a prefeitura para não deixar fechar o hospital. Não tem politicagem. O Governo Federal não está repassando a verba”, afirmou Denilson.

Após arrecadar as assinaturas, Denilson pretende apresentar o documento no Ministério Público Estadual e dar uma entrada numa ação civil pública, para tentar sensibilizar o Ministério da Saúde a aumentar o valor do recurso destinado à administração do hospital.

Maior emergência da cidade e uma das principais da Baixada Fluminense, o Hospital Geral de Nova Iguaçu, conhecido como Hospital da Posse, corre o risco de fechar. Com custo de aproximadamente R$ 20 milhões mensais, a unidade, que é municipalizada, não tem recebido repasses suficientes do Ministério da Saúde. Em 2002, o governo federal cedeu a administração do hospital para o município, mas agora a atual prefeitura diz que não tem condições de manter a unidade funcionando, caso não receba mais ajuda do governo federal.

Na última segunda-feira, o prefeito de Nova Iguaçu, Rogerio Lisboa, concedeu entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, e falou sobre a possibilidade do Hospital da Posse ser fechado. Segundo ele o governo federal não está arcando com a parte que deveria ser de sua responsabilidade. O hospital possui 497 leitos e atende cerca de 13 mil pacientes por mês, número 225% maior em relação aos 4 mil atendimentos mensais registrados em 2013.

“O governo federal tem que entrar com 70% do custeio. O governo do estado tem que entrar com 15% e o município com mais 15% e a União não tem feito a parte dela. Esse é o problema. A gente vai devolver à União para que ela toque, como ela toca Bonsucesso, como toda o Servidor. Hoje, o custeio do hospital está em torno de R$ 20 milhões. Eles tinham que fazer um repasse de R$ 14 milhões e hoje só fazem de R$ 6,3 milhões e o restante fica por conta do município e o município não aguenta isso porque é uma região enorme”, disse Lisboa durante a entrevista.

O Ministério da Saúde alega que os recursos federais do SUS destinados ao Hospital da Posse chegam a R$12 milhões por mês, quase o dobro dos R$ 6,3 milhões citados por Lisboa. O diretor do hospital disse que o governo federal não reajusta o repasse há três anos. Segundo ele, neste período, o número de pacientes triplicou.

via: Jornal de hoje

08/02/2017