NOVA IGUAÇU - Pacientes do Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, sofrem com problemas no atendimento. O local atende três vezes mais pacientes do que a capacidade. Entre os problemas se destaca o de um homem internado que, após três dias sem banho, foi obrigado a tomar banho sozinho, em uma pia de um dos banheiros da unidade, que não tinha luz.
“Meu irmão estava sem tomar banho há três dias. Ele está tomando banho agora, na pia do banheiro. Só Jesus sabe: a situação de quem está aqui há 3 dias aqui, com cálculo renal nos dois rins”, explicou a irmã do paciente, que está internado esperando atendimento em uma enfermaria lotada.
Na última sexta-feira (17), a Comissão de Saúde da Alerj realizou uma vistoria na unidade. Os parlamentares encontraram enfermarias superlotadas, cirurgias e tratamentos ambulatoriais suspensos. A unidade está atendendo três vezes mais do que a capacidade.
O marido da cozinheira Patrícia Couto RIbeiro está internado na unidade e precisa operar a coluna com urgência. “Eles dizem que não tem condição, estrutura e material”, explicou Patrícia.
A calandrista Gilsamara Soares foi de Duque de Caxias até Nova Iguaçu para buscar atendimento, mas não conseguiu.
“Mandam para um hospital grande desses e a gente tem que voltar para casa, porque não tem atendimento”, explicou Gilsamara, que afirmava sentir dor no estômago e febre.
A manicure Elaine Cristina Rodrigues, conta que levou o filho, menor de idade, para ser atendido com uma fratura, mas que o menino foi obrigado a voltar para casa.
“O médico está aí, mas não vai atendê-lo porque a fratura dele não está exposta. Nem olhou para o pé dele”, explicou Elaine.
O diretor do hospital, Joé Sestello, mostrou a superlotação da unidade, que conta com pacientes sendo atendidos no corredor.
“Precisamos mobilizar todos os municípios ao redor. Todo mundo precisa fazer a sua parte em urgência e emergência. Não pode um hospital de 490 leitos, a Prefeitura de Nova Iguaçu responder por 3 milhões de habitantes”, explicou o diretor.
O diretor esclarece ainda que a unidade não será fechada.
“O Estado precisa assumir a dívida que tem conosco e o Governo Federal recontratualizar, pagar o que nos deve com relação mensalmente desde 2002. Precisamos sanar esse déficit”, explicou Sestello.
O Governo do RJ e o Governo Federal não enviaram respostas ao Bom Dia Rio sobre os problemas de repasse ao Hospital da Posse.
Via G1