BELFORD ROXO - A morte de Samily Guimarães, de 22 anos, é investigada pela Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). A jovem levou dois tiros na cabeça e um no peito na Avenida Atlântica, no bairro Xavantes, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, na noite de quinta-feira. Nenhum pertence da vítima, uma mulher transexual, foi levado. Ela teria sido atingida por ocupantes de um carro que dispararam tiros quando Samily caminhava pelo local. O corpo será enterrado na tarde deste sábado.
O delegado titular da Divisão de Homicídio da Baixada Fluminense, Giniton Lages, receberá representantes do programa Rio sem Homofobia na segunda ou terça-feira para discutir a morte de Samily e outros crimes que tiveram pessoas LGBTI (Lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais) como vítimas. Neno Ferreira, subcoordenador de diversidade sexual Rio Sem Homofobia, explica que casos parecidos têm acontecido na Baixada.
Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 44 travestis e transexuais foram assassinadas por intolerância no Brasil em 2017.
Como Samily era uma mulher transexual, amigos suspeitam que ela tenha sido vítima de transfobia. Muito emocionado, Carlos Henrique lamentou a morte da amiga:
— A gente não sabe o que aconteceu. Alguns dizem que foi assalto, outros já pensam em outro tipo de violência. Nesse mundo violento, a gente não duvida de nada. As pessoas tiram a vida de outras por motivos banais. Era uma pessoa que nunca fez nada contra ninguém. Ela ia fazer unha comigo ontem. Um outro amigo foi morto no mesmo lugar. Minha mãe não quer nem que eu saia de casa.
Nas redes sociais, a vítima recebeu diversas homenagens de amigos.
“Não dá para acreditar” e “Coração em mil pedaços”, escreveram duas amigas.
Outra mensagem destaca a violência: “Ninguém tem direito de tirar a vida do próximo”
Por: Marcela Sorosini e Marcos Nunes
via: jornal extra
22/04/2017