NOVA IGUAÇU - O balanço apresentado para uma platéia de aliados políticos e ocupantes de cargos comissionados era para ter sido uma mostra do “jeito de fazer bem feito”, mas foi recheado de desculpas
“Em 100 dias terei colocado os postos de saúde para funcionar até as nove horas da noite”. Essa era uma das muitas promessas de campanha do hoje prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (PR), que ontem, com 16 dias de atraso, fez o que chamou de prestação de contas dos primeiros 100 dias de governo. Com o auditório da Universidade Iguaçu tomado de nomeados em cargos comissionados e aliados políticos, Lisboa abriu o evento dizendo que a marca da gestão dele “é a do diálogo, da transparência e do fazer, tendo a sensibilidade de entender as angústias da população quando os serviços não chegam”, mas em seguida voltou a olhar pelo retrovisor e, talvez para justificar o fato de não ter conseguido fazer nada do que prometera executar logo no primeiro trimestre de 2017, passou a culpar o passado pelo presente, deixando claro que ainda não começou a governar.
Segundo o Jornalista Elizeu Pires, Lisboa voltou a bater na tecla das três folhas de pagamento atrasadas e afirmou que seu objetivo é reconstruir a cidade. “Nós estamos fazendo um projeto de quatro anos. No final, vamos mudar a situação de Nova Iguaçu. Sabemos que a população está ansiosa, mas temos problemas sérios que precisam ser resolvidos agora. Os grandes investimentos só poderão ser iniciados a partir do ano que vem”, disse e como já era esperado, fez um discurso negativo para justificar os contratos sem licitação firmados entre fevereiro e março com recursos da Saúde e da Educação, comprometendo mais de R$ 52 milhões.
Sem ter o que mostrar, gastou pelo menos 80% do tempo de sua apresentação batendo na gestão passada e em nenhum momento falou sobre como e em que está gastando os recursos do município. Ele não citou, por exemplo, os valores recebidos do Fundo Nacional de Saúde, que são maiores que os valores repassados ao município de Duque de Caxias, cidade que tem um universo populacional maior. Entre 1º de janeiro e o dia de ontem a Prefeitura duquecaxiense havia recebido R$ 67.051.532,26 do FNS e a cidade governada por Rogério R$ 86.113.009,31, sem contar os R$ 101.461.908,11 de repasses intergovernamentais.
Os únicos números mencionados pelo prefeito durante a sua “prestação de contas” refletiam dívidas, nunca os gastos de sua gestão que registra receitas correntes acumuladas no total de 305 milhões no período e receitas tributárias somando R$ 78 milhões.
Via: www.ElizeuPires.com
03/05/2017