QUEIMADOS - O relatório apresentado pela secretaria de saúde nesta terça-feira (30) aponta um dado alarmante e perigoso. Durante a prestação de contas realizada na Câmara Municipal de Queimados, na Baixada Fluminense, referente ao primeiro quadrimestre de 2017, dados oficiais apontam um crescimento de 24 novos casos confirmados de HIV no município. Só neste período, existem 340 pessoas em tratamento no Programa Municipal de Controle de DST-AIDS-HEPATITES VIRAIS. Ainda nestes quatro primeiros meses, duas mortes foram confirmadas. Outras 17 pessoas foram diagnosticadas com outros tipos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) no período.
Nos quatro primeiros meses deste ano, 681 pessoas realizaram testes de HIV na sede da Vigilância em Saúde, no Centro. Outras 690 fizeram o exame de sífilis. O número é alarmante, mas neste período quase 110 mil preservativos foram distribuídos pelas equipes de saúde.
Na apresentação do relatório, subsecretário Adjunto de Atenção Básica e Vigilância em Saúde, Uilen Barbosa, falou sobre a preocupação com os números: "Eu fiquei assustado quando recebi os dados. Nós vamos ainda mais ações de conscientização e distribuição de preservativos na cidade. Também já identificamos alguns locais, principalmente a noite, para intensificarmos os trabalhos", disse.
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde revelam que 827 mil pessoas vivem com HIV/aids no Brasil. Dessas, cerca de 112 mil não sabem que estão infectados.
Do total de pessoas soropositivas identificadas no país, 372 mil ainda não estão em tratamento, apesar de 260 mil delas já saberem que estão infectadas.
Transmissão de mãe para filho
De acordo com o boletim, a taxa de detecção da aids em menores de 5 anos caiu 36% nos últimos seis anos, passando de 3,9 casos para cada 100 mil habitantes em 2010 para uma taxa de 2,5 casos em 2015.
A taxa em crianças nessa faixa etária é usada como indicador para monitoramento da transmissão vertical do HIV (transmissão de mãe para filho durante a gestação ou no momento do parto).
Epidemia estabilizada
Segundo a pasta, a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1 casos para cada 100 mil habitantes. Ainda assim, o número representa cerca de 41,1 mil novos casos ao ano.
Queda na mortalidade
Os números mostram também uma queda de 42,3% na mortalidade provocada pelo HIV/aids no Brasil nos últimos 20 anos. A taxa caiu de 9,7 óbitos para cada 100 mil habitantes em 1995 para 5,6 óbitos em cada 100 mil habitantes em 2015.
Metas
A cobertura do diagnóstico de HIV/aids no país passou de 80% em 2012 para 87% em 2015, o equivalente a 715 mil pessoas. A meta é chegar a 90% até 2020.
Os maiores incrementos, de acordo com os dados, foram observados na meta relacionada ao tratamento, que passou de 44% em 2012 para 64% em 2015. O número representa 455 mil pessoas.
Na meta referente à redução da carga viral, o país passou de 75% em 2012 para 90% em 2015, o equivalente a 410 mil pessoas.
HIV no mundo
Cerca de 2,5 milhões de pessoas ainda são infectadas por HIV todos os anos, ao mesmo tempo em que as novas drogas têm reduzido a taxa de mortalidade relacionada ao vírus e os soropositivos têm vivido cada vez mais. A conclusão é de um estudo global publicado pela revista "The Lancet HIV".
O número de novas infecções estacionou nos últimos 10 anos - depois de uma queda drástica após o pico registrado em 1997, quando 3,3 milhões de pessoas foram infectadas.
via: Revista queimados
01/06/2017