Fechamento de Maternidade em Queimados completa três anos

QUEIMADOS - Nesta quinta-feira (8) vai ter bolo em Queimados, mas nenhum motivo para comemorar. Gestantes e mães que tiveram seus filhos fora da cidade vão se reunir em frente Maternidade Bom Pastor, no Centro, em protesto contra os três anos de fechamento da unidade, ocorrido em 8 de junho de 2014. A maternidade era pública e conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Prefeitura de Queimados, os antigos donos não conseguiram mais arcar com os custos da unidade e mantê-la aberta devido à defasagem da tabela do SUS.

A maternidade deveria ter sido reaberta em novembro do ano passado, conforme promessa do ex-prefeito Max Lemos, atualmente secretário de Governo na gestão de Carlos Vilela. No entanto, sete meses depois, muitas gestantes seguem tento seus bebês em cidades vizinhas.

“Vamos levar um bolo para chamar atenção para o descaso e a vergonha que acontecem na cidade”, explica Wellington Frazão, um dos organizadores do protesto.

Wellington é pais de três meninas, todas nascidas na Bom Pastor. Mesmo não tendo sido atingido diretamente pelo fechamento da maternidade, ele faz questão de levantar esta bandeira. “É uma causa justa, uma necessidade social. As grávidas têm que peregrinar até cidades vizinhas para conseguir atendimento num momento em que muitas vezes não se pode esperar.”

Uma das vítimas do fechamento da unidade é a jovem Jéssika Maciel de Araújo, 26 anos, moradora do bairro Jardim Alzira. Há um mês ela deu a luz ao filho Felipe, na Maternidade Perinatal, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

“Foi um transtorno muito grande, pois meu filho nasceu com um probleminha de saúde e precisou ficar internado. Eu tive alta antes dele e por dois dias precisei me deslocar de Queimados até a Barra para vê-lo”, lamenta Jéssika, que fez todo o pré-natal no Méier. “Aqui não tem pré-natal público, só particular.”

A manifestação terá início às 9h, em frente a Maternidade Bom Pastor, na Rua Deuzinho de Freitas, 13, Centro de Queimados.

Por Raphael Bittencourt

via: Jornal de hoje

07/06/2017