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Rio ganha sala de cinema 4D que simula neblina, tempestade e poltrona que treme

quinta-feira, junho 08, 2017

/ by Jornal Destaque Baixada
Foto: Fábio Guimaraes

A previsão do tempo alerta: no Rio, há possibilidade de tempestade dentro do cinema. Na primeira sala 4D da cidade — um espaço recém-aberto com 112 lugares no New York City Center, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste —, o espectador acompanha, em todos os sentidos, as ações que se passam na telona. Resumindo: se chove na ficção, doses moderadas de água, vento e neblina são lançadas ao público; se uma personagem toma uma xícara de café, a plateia sente o cheiro da bebida; se, numa sequência, um carro faz uma manobra perigosa, todas as poltronas se movimentam bruscamente. Para driblar a concorrência da internet e fisgar o público, os filmes literalmente saíram da tela. A manobra é radical.

— A ideia é ir além da projeção, e colocar a plateia na mesma situação dos atores — conta Monica Portella, diretora de marketing da rede UCI Brasil: — Todos os sentimentos do público são ativados durante a sessão. É quase um parque de diversões.


A tecnologia, que é capaz de produzir milhares de bolhas de sabão, foi importada da Coreia do Sul ao custo de R$ 3,5 milhões — durante a instalação dos equipamentos, foi necessária a contratação de um intérprete, já que os técnicos não falavam outro idioma além do coreano.

Incluindo os movimentos frenéticos das cadeiras, são 20 efeitos disparados sobre olhos, pernas, ouvidos e cabelos. Na prévia acompanhada pelo EXTRA, houve quem até perdesse objetos dos bolsos. Calma: estava tudo no chão.

No braço do assento, há um botão que desliga o mecanismo que “faz chover” na sala Foto: Fágio Guimarães

— Fiquei com medo de o refrigerante cair, porque é muito sacolejo. Se fosse um filme de terror, teria medo! — pondera a jornalista Aline Bonatto, que experimentou a atração em primeira mão, com um guarda-chuva a tiracolo.


Só uma cena, claro.

Dicas para não passar um aperto

Não esqueça o casaco antes de se arriscar em aventuras 4D. Nas cenas de tempestade, em que ventiladores potentes são acionados do teto, um clima frio domina a sala. Para interromper as gotas que esguicham do fundo e do topo das poltronas, basta apertar um botão no apoio do braço (veja o mecanismo na foto acima). Também nos assentos há outro detalhe: posicionados no encosto, junto aos ouvidos, pequeninos alto-falantes reproduzem sons específicos das produções. Não custa avisar: a sala é desaconselhável para gestantes e cardíacos.

Pequena avaliação sobre a sala 4DX do Rio

Gustavo Cunha

Não há bolha de sabão ou chuva com rajadas de vento que superem o impacto provocado pelas poltronas da primeira sala de cinema 4D do Rio. Mesmo perto de um final feliz, torna-se impossível relaxar o corpo sobre o assento, a estrela principal do espaço: basta uma mudança no tom de determinada inserção musical para a cadeira se movimentar em direções surpreendentes, fato que desconcentra até o espectador mais atento. A depender da sequência na telona, a sensação é de estar sobre uma montanha-russa. O arsenal de efeitos é louvável: configura uma possível revolução no setor audiovisual, motivada - mais uma vez - pela concorrência desleal de outros equipamentos tecnológicos (se antes era a TV, hoje é a internet, onipresente em todos os gadgets). A nova "experiência multisensorial" — é assim que os técnicos e divulgadores insistem em classificar — abre, porém, um caminho duvidoso para a sétima arte: entre uma boa história e uma boa "experiência" (a palavra é inevitável), o que vale mais?

Serviço

UCI New York City Center: Av. das Américas 5.000, Barra — 2461-1818. R$ 45 (qua), R$ 50 (qua — 3D), R$ 51 (seg e ter), R$ 56 (seg e ter — 3D), R$ 57 (qui a dom e fer) e R$ 62 (qui a dom e fer — 3D). 4 anos.
Via: Jornal Extra
08/06/2017
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