Acusado de contaminar mulheres com o vírus HIV propositalmente, Renato Peixoto Leal Filho se entregou, na noite desta segunda-feira, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no Centro.
Um mandado de prisão preventiva foi expedido contra ele no dia 30 de maio, por lesão corporal grave e tentativa de lesão corporal, mas Peixoto não foi encontrado e, por conta disso, passou ser considerado foragido. Após se entregar no TJ, ele foi levado para a 5ª DP (Mem de Sá), onde foi registrado o cumprimento do mandado. Ele será levado para a prisão na terça-feira.
Inicialmente, ao acolher a denúncia do Ministério Público e tornar o empresário réu, a Justiça negou o pedido de prisão. Mas a promotoria recorreu e obteve decisão favorável em segunda instância, quando os desembargadores entenderam haver "conduta reiterada de, através de redes sociais, conhecer as vítimas para posterior relação sexual, sem proteção com o risco de contaminá-las".
A defesa impetrou um habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas o pedido foi negado, o que tornou o réu foragido.
Mulheres se reuniram para denunciá-lo
As investigações tiveram início no fim de agosto de 2015, quando uma das supostas vítimas procurou a polícia para denunciar Peixoto. Já na 16ª DP (Barra da Tijuca), que assumiu o caso, uma segunda mulher foi ouvida e fez um relato parecido. Segundo elas, o réu abordava moças pelas redes sociais e as convencia a sair. Posteriormente, sem informar sobre a doença, insistia para fazer sexo sem o uso de preservativo.
Meses antes de o registro de ocorrência ser feito, uma jovem de 23 anos que morou com Peixoto começou a procurar outras mulheres que teriam se envolvido com ele, com o intuito de alertá-las. Duas delas também conversaram com o EXTRA e confirmaram ter mantido relações sexuais com o suspeito, sem preservativo e sem saber de sua condição. Nenhuma das três, porém, chegou a ser contaminada pelo HIV (veja logo abaixo o depoimento em vídeo de uma delas). Elas também reuniram áudios com ameaças feitas por Peixoto e vídeos, também enviados às supostas vítimas e entregues à polícia, em que ele aparece transando sem camisinha com várias mulheres.
— O contágio, nesse caso, é secundário. São pessoas expostas a um risco grave — explicou o delegado Marcus Vinicius Braga, titular da 16ª DP.
Reportagem; Luã Marinatto e Daniel Gullino
via: jornal extra
04/07/2017