Se aparecer um candidato a presidente da República dizendo que vai aumentar o salário mínimo para R$ 2 mil, acabar com os feriados, reduzir o número de senadores, deputados e vereadores e funcionários do congresso, além de prolongar as férias do trabalhador e reduzir a dos juízes, e ainda acabar com o voto obrigatório, você votaria nele ou diria que ele não existe?
O eleitor pode até responder que não votaria, mas o homem que pensa assim e quer ser candidato a presidente do Brasil, existe sim e concedeu entrevista exclusiva ao Jornal de Hoje. O nome dele é Emmerson Luiz da Costa, 81 anos, médico, fazendeiro, farmacêutico, agricultor, administrador e empresário bem-sucedido, dono da rede de laboratório de análises clínicas que tem seu nome.
O Dr. Emmerson, como é conhecido, está envolvido na política desde a década de 1980, em Nova Iguaçu, onde foi um dos organizadores do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) na região e articulador de muitas candidaturas a deputado e a prefeito da cidade. Independente politicamente, sempre defendeu projetos arrojados, audaciosos e inusitados para o Brasil, bem diferentes dos que os brasileiros conhecem. Suas iniciativas não apenas propõem a remoção de velhas práticas políticas, como também mexem com os hábitos e costumes do povo brasileiro. Os traçados do Arco Metropolitano e da Via Light, por exemplo, que hoje são realidades, eram paisagens presentes sobre a mesa de trabalho dele.
Atualmente, esse médico, que não é de esquerda, nem de direita e nem de centro, politicamente falando, vive debruçado sobre pensamentos e papeis, elaborando um pacote de projetos que propõem mudanças na forma de fazer políticas, partidária e social, para mudar para melhor a vida do povo e a imagem do país para seus habitantes e perante a comunidade internacional, para a qual o Brasil está se derretendo em corrupção e outras mazelas públicas. Se for taxado de “doido” por causa de suas ideias, ele tem resposta pronta. “Para mudar alguma coisa nesse País, o cara tem de ser doido ou maluco”, ri.
Pacote de projetos
E para promover as mudanças, doidas ou malucas, que considera necessárias ao Brasil, o carro-chefe do seu planejamento de campanha eleitoral, rumo à presidência da República, cujo partido ainda não foi anunciado, ele apresenta um pacote de projetos, aos quais chama de “Os 10 Pilares”:
1 – Redução do número de cadeiras de deputados, de 513 para 351, enxugando a máquina administrativa.
2 – Redução do número de senadores, de três para dois por estado. Aqueles com mais votos, logo depois dos eleitos, serão os suplentes.
3 – Fim das coligações partidárias. Cada partido cuida do seu desempenho.
4 – Criação de apenas três partidos políticos: Partido Republicano (PR), Partido Democrático (PD) e Partido Independente (PI), com fidelidade partidária fixada em cinco anos. Cada um tem de apresentar três candidatos a Presidente. Dentre os nove, ganha o mais votado. Se ninguém alcançar 50% mais um voto, haverá segundo turno entre os dois mais votados. E o segundo mais votado, nesse caso, será o vice-presidente da República.
5 – Promover o retorno de 20 milhões de brasileiros ao campo, urgentemente, com dignidade e produtividade.
6 – Realização de eleições gerais para presidente, governador, prefeito, vereador, deputado federal, estadual e senador ao mesmo tempo, a cada cinco anos.
7 – Férias dos deputados e senadores: 60 dias no total (subdivididas em quatro períodos de 15 dias), não admitindo nenhuma interrupção nas atividades do Congresso.
8 – Quando ao financiamento das campanhas eleitorais, cada partido vai arcar com suas próprias despesas.
9 – Deputados, senadores e vereadores terão de cumprir até o final, não podendo deixar os cargos para se tornarem secretário de estado, ou ministros. Para isso, terão de abrir mão do cargo para o qual foi eleito e não poderão mais retornar ao mandato.
10 – Acabar com o voto obrigatório. Pois enquanto vigorar esse sistema, o eleitor, indo votar obrigado ou contrariado, poderá desperdiçar o voto. Votando espontaneamente, ele será estimulado a não anular o voto ou não faltar à votação. E fica caro para a administração ir atrás do sujeito que não votou.
Imposto, salário e voto
1 – Implantação do Imposto Único –
2 – Investir na saúde preventiva, com mega projeto de saneamento e urbanização de comunidades.
3 – Salário Mínimo de R$ 2 mil
4 – Salário máximo de R$ 30 mil no serviço público
5 – Voto distrital
Tríade da Transformação
Outras medidas previstas nos projetos do Dr. Emmerson para a presidência da República, cujo pacote ele chama de “Tríade da Transformação”, são as seguintes:
1 – FÉRIAS – acabar com os feriados (exceto Natal e Ano Novo),transformando-os em férias. O trabalhador passará a ter 36 dias de férias, para compensar os antigos feriados.
2 – PRESIDIÁRIOS – Os presidiários terão de trabalhar para se sustentarem. Quem for marceneiro, por exemplo, irá fabricar móveis. O serralheiro fará esquadrias e assim por diante.
3 – APOSENTADORIA – Criação de teto para o funcionários púbico municipal, estadual e federal, com possibilidade de apenas uma aposentadoria.
Agropecuária contra a violência
Argumentando que “O Brasil é uma Fábrica de Doentes”, o médico e presidenciável Dr. Emmerson afirma, com veemência, que “a fome e a miséria são as duas grandes incubadoras da violência” no País. Por isso propõe o “fim do êxodo rural”, com o retorno do homem para o campo. Para ele, isso inchou os grandes centros urbanos e desequilibrou as cidades. “E preciso trazer o trabalhador rural ao seu habitat, a fim de produzir mais alimentos”. Ele lembra a carta de Pero Vaz de Caminha, quando da descoberta do Brasil, ao escrever que aqui, “em se plantando, nesta terra tudo dá”. E acrescenta: “Isso produziria mais renda, produção e dignidade e acabaria que esse negócio de um país, rico naturalmente, importar alimentos”.
Ele argumenta ainda que “o Brasil precisa de uma cabeça pensante”, com novas ideias e um governo de fato funcional. E defende a reforma agrícola e não agrária. E justifica que primeira desapropria lotes, sem o compromisso real de produtividade. A segunda propõe programa de trabalho com dignidade. De acordo com ele, esse equilíbrio (campo e cidade) acaba com a violência.
Carta da reforma
Na cartilha divulgada pelo Dr. Emmerson sobre seus projetos, ele edita (em concordância) uma carta publicada em O Globo, por Gil Cordeiro Dias Ferreira, sobre vários temas:
Voto Facultativo? Sim
Apenas dois senadores por Estado? Sim
Reduzir para um terço os deputados federais, estaduais e vereadores? Sim
Acesso a cargos públicos exclusivamente por concursos e NÃO por nepotismo? Sim
Reduzir os 39 ministérios para 12? Sim
Cláusula de bloqueio para partidos Nanicos de aluguel e sem voto? Sim
Férias de apenas 30 dias para todos os políticos e juízes (eles têm férias de dois meses)? Sim
Ampliação do Ficha-Limpa? Sim
Fim de todas as mordomias de integrantes dos três poderes, nas três esferas, Tribunais de Contas e Ministérios Púbicos? Sim
Cadeia imediata para quem desviar Dinheiro Público elevando-se para a categoria de Crime Hediondo? Sim
Atualização dos códigos penal e processo penal? Sim
Fim dos suplentes de Senador sem votos? Sim
Redução dos 20.000 funcionários do Congresso para um quinto? Sim
Voto em lista fechada? Não
Financiamento Público de campanhas? Não
Horário Eleitoral Gratuito? Não
Mandato de cinco anos para todos os cargos e sem direito a reeleição? Sim
Eleições Diretas e Gerais de cinco em cinco anos? Sim
Um BASTA na politicagem rasteira que se pratica no Brasil? Sim
por Davi de Castro/ Luciana Mello
via jornal de hoje
20/07/2017