O sindicato dos trabalhadores em transportes rodoviários de Nova Iguaçu marcou para esta quinta-feira (27), às 17h, na sede campestre, bairro da Prata, em Belford Roxo, a assembleia geral que decidirá a proposta de reajuste salarial de 4% oferecida pelos empresários de ônibus.
Na convocação do dia 20, no mesmo local, a categoria não formalizou a proposta de deixar a assembleia em “estado de greve”, como havia a expectativa, mas rejeitou a proposta do sindicato das empresas (o TransÔnibus) e criticou a postura do seu sindicato.
De acordo com o presidente do sindicato dos rodoviários, Joaquim Graciano da Silva, o Buda, a categoria reivindica 4% de reajuste salarial, cesta básica de R$ 300, com 20% de desconto ou de R$ 250, com 10% de desconto. A contraproposta do sindicato das empresas, segundo Buda, seria os 4% de reajuste e cesta básica de R$ 220, com 10% de desconto. Entretanto, a proposta apresentada pelo presidente, segundo alguns motoristas, não representa a vontade da categoria. “A gente sempre quis 8% de reajuste, com data base em 1º de julho”, revela o motorista J.C.S., pedindo anonimato. “Mas nosso sindicato apresenta valores combinados com os patrões”, completa.
A vontade da maioria dos rodoviários ouvidos pela equipe do Jornal de Hoje é deflagrar greve geral na luta pelo reajuste salarial. No entanto, eles avaliam que o sindicado da categoria “esvazia a proposta”, retirando o assunto da discussão. E reiteram que até os horários das assembleias são marcados de acordo com a vontade dos donos de empresas, com o objetivo de reunir poucos trabalhadores.
Na assembleia do dia 20, por exemplo, um despachante da empresa São José, que também pediu para não ser identificado, disse que o comparecimento “foi mínimo”. Na ocasião, estiveram presentes apenas 164 rodoviários, conforme informou o presidente da categoria. “Muito pouco para um universo de mais de 10 mil trabalhadores”, avalia um fiscal da empresa Linave.
Sindicato pode sofrer debandada por greve geral
Um grupo de rodoviários, formado por trabalhadores de várias empresas, está discutindo a possibilidade de mobilização da categoria para discutir o “estado de greve” fora dos domínios do sindicato. Segundo o grupo, esse seria o pontapé inicial de uma greve geral por um reajuste salarial de 8%, cesta básica e melhores condições de trabalho. O grupo diz que está trabalhando em silêncio, para não sofrer represálias dos patrões. Mas, em caso de demissões motivadas pelo vazamento da organização pela greve, esse ato só iria acelerar e motivar a categoria para deflagrar a paralisação dos trabalhadores rodoviários.
Comerciários podem decretar paralisação
Os comerciários de Nova Iguaçu poderão cruzar os braços a partir de sexta-feira (28). A decisão sobre a greve geral será discutida hoje, em assembleia geral, prevista para as 19h, no estacionamento ao lado da sede do sindicato da categoria, na Rua Barros Junior, 408, no Centro.
O encontro, em princípio, será para discutir o reajuste salarial da classe, com piso no valor de R$ 1.238.86, além 14.71% para os que ganham acima de R$ 1.088,00 (piso do ano passado), e 10% de ajuda de custo para creche, babás, e mães com filhos de até 12 anos de idade. Na falta de acordo, a categoria poderá iniciar greve.
Segundo o sindicato dos comerciários, mais de 70% da categoria ainda recebe o piso salarial de maio do ano passado (R$ 1.088,00). Diretores alegam que, como este ano ainda não houve o acordo salarial coletivo, o que deveria acontecido em 11 de maio de 2017, o Sindicato do Comércio Varejista de Nova Iguaçu (Sincovani), que representa os empresários, propôs um aumento de R$ 20,00. Depois, ampliou para R$ 37,00. Mas os comerciários, reunidos em assembleia, não aceitaram a proposta, segundo lembra o dirigente Paulo Thomé. A categoria se reúne hoje em todos os municípios e a possibilidade de uma greve por 24 horas em toda Baixada não está descartada.
Diante do que o sindicato chama de “intransigência dos patrões”, os comerciários querem receber o piso regional do estado (R$ 1.178,41), retroativo ao mês de maio, que é a data base do acordo salarial da categoria, ou decretar greve geral. Apesar da disposição da classe em cruzar os braços, alguns dirigentes avaliam que a atitude de algumas centrais sindicais desmotiva a greve em Nova Iguaçu. É que a CUT e a Força Sindical, segundo diretores dos comerciários, recuaram da greve nacional contra o presidente Temer e as reformas Trabalhista e da Previdência, permitindo a aprovação dessas medidas no senado.
Proposta dos patrões
O Sindicato do Comércio Varejista de Nova Iguaçu (Sincovani), que representa os donos de lojas, apresenta as seguintes propostas:
1 – Manter as cláusulas da Convenção anterior, mais o Piso salarial do Estado, com feriados a escolher sobre uma das propostas da primeira assentada, reajuste de 100% do INPC de maio.
2 – Ou manter as cláusulas da Convenção anterior, mais 100% do INPC de maio de reajuste, inclusive sobre o Piso atual, sem feridos.
Reportagem; Davi de Castro
via: jornal de hoje
26/07/2017