Foto: Cláudio Oliveira/ EPTV)
Nas primeiras duas semanas de funcionamento do Disque Combate ao Preconceito 28% das denuncias recebidas através da central telefônica foram feitas por idosos. A principal reclamação das pessoas com mais de 65 anos é referente ao transporte público. Constrangimento no acesso, maus tratos nos coletivos e problemas com gratuidade são as principais queixas dos idosos que entram em contato com o serviço telefônico da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos (SEDHMI), criado há duas semanas.
Através do telefone (21) 2334 9551, o público pode denunciar atos preconceituosos como xenofobia, LGBTfobia, racismo, intolerância religiosa, violência contra idosos, mulheres, entre outros. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 10 h às 16 h.
No primeiro lugar do ranking das reclamações das pessoas com mais de 65 anos está a dificuldade no acesso ao coletivo. Segundo as denúncias, muitos motoristas não permitem o acesso do idoso que apresenta apenas a carteira de identificação. Por lei, para ingressar no ônibus gratuitamente o idoso pode apresentar um documento de identificação com foto ou o cartão da gratuidade. Em segundo lugar estão os problemas com as instituições bancárias e os golpes financeiros como, por exemplo, o golpe da raspadinha e do bilhete premiado. A vítima é abordada na rua por uma pessoa, raspa o bilhete, e o criminoso diz que o idoso precisa pagar um valor para ter acesso ao prêmio. Maus tratos e abandono estão em terceiro lugar na lista das denúncias recebidas pelo Disque Combate ao Preconceito. Nestes casos, vizinhos, amigos ou familiares ligam e denunciam as agressões.
"Os números retratam o preconceito que a população idosa sofre diariamente no Rio de Janeiro. Diferente de outros casos, o preconceito com a população idosa é algo recorrente no dia a dia deles e muitas vezes tem caráter institucional, principalmente no transporte público. Através dessas denúncias podemos cobrar das empresas uma mudança na postura e assegurar os direitos dessa parcela da população." diz secretário de Direitos Humanos Átila A. Nunes