Reportagem; Igor Ricardo/ Foto: Cleber Junior
NOVA IGUAÇU - A 1ª Companhia Destacada de Polícia de Proximidade de Nova Iguaçu, no Centro, está em busca de um novo endereço. A base foi inaugurada em outubro do ano passado, mas o contrato para o empréstimo do imóvel venceu em março. Como a prefeitura da cidade não conseguiu um acordo com o proprietário do local, os moradores da região temem pelo aumento da violência, se os agentes forem embora dali.
— Os policiais não podem voltar para o batalhão (que fica em Mesquita). Imagina até eles chegarem aqui em uma emergência? — indaga o empresário e morador do bairro, Ica Pimentel, de 35 anos.
O destacamento fica na Rua Tabelião Maurício Costa, ao lado da antiga delegacia (52ª DP), e conta com 120 homens e 12 viaturas, que fazem o policiamento no centro da cidade, beneficiando cerca de cem mil pessoas. A companhia integrada conta com recepção, alojamento, cozinha, refeitório, sala para guardar materiais e três salas de comando, além de estacionamento.
O empresário Charles Rodrigues, de 38 anos, lamentou o impasse sobre o terreno. Ele foi um dos primeiros moradores da região a lutar pela instalação da base.
— Quem vai sofrer é a população. Estamos a 300 metros do calçadão e precisamos dessa segurança — pede Charles.
A Polícia Militar informou que já conversou com o prefeito Rogério Lisboa em busca de uma solução para o problema. O objetivo é não sair do local. Para isso, a administração municipal tentaria regularizar a situação do terreno.
Ajuda da população
Diante da notícia de que a companhia poderia ser despejada, o presidente do Hospital Iguaçu, Damião Renovato, de 50 anos, disse que estuda ceder um espaço da unidade desativada para a Polícia Militar.
— Enquanto não sabemos para onde vai a companhia, cedi uma parte do hospital para a polícia. Não podemos deixar a base sair daqui — afirma Renovato.
Uma outra alternativa para a companhia seria ocupar os fundos da antiga 52ª DP (Nova Iguaçu). As autoridades policiais já estão cientes, porém nada foi acertado ainda, conforme nota da Polícia Civil.
Um imóvel na região também está sendo visto por funcionários da prefeitura e da Polícia Militar. Eles aguardam a documentação para poderem alugar o espaço.
Entrevista com Rogério Lisboa, prefeito de Nova Iguaçu
O que está acontecendo com o imóvel da base da PM?
A PM ocupa um imóvel que nós tínhamos um contrato de comodato (espécie de empréstimo gratuito). Porém, o contrato venceu. Nós chamamos o proprietário para saber se ele tinha o desejo de alugar. Só que ele não quer. Ele quer que a PM saia de lá.
Então, o que será feito? Para onde vai a companhia?
Eu chamei o Estado para que eles achem um imóvel. Isso é função deles. Daqui a pouco eles estão passando tudo para a gente resolver. Segurança é um problema deles. Não posso dizer qual o melhor imóvel. Eles precisam fazer uma avaliação para que a gente possa alugar.
Prefeito, a companhia corre o risco de acabar?
Não. Eu quero ajudar. Eu quero ser parceiro. A prefeitura não vai se negar a pagar o aluguel. Mas o Estado que vai escolher o imóvel. Não posso eu sair caçando imóvel. Eles podem ver qualquer imóvel.
Quando que a base sai dali então?
Para sairmos, precisamos receber a notificação pedindo para sairmos. Não recebemos isso ainda.
Via: Jornal Extra
05/09/2017