Resgatar um período da história do estado do Rio de Janeiro, debater sobre intolerância religiosa e apresentar a população peças sagradas das religiões de matriz africana apreendidas início do século XX por "Magia Negra". Estes são os objetivos da exposição que será realizada até o final do ano, através de uma parceria entre as Secretarias de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos (SEDHMI), Secretaria de Estado de Cultura (SEC) e Polícia Civil.
Nesta quarta-feira (30), os secretários de estado Átila A. Nunes (SEDHMI), André Lazaronni (SEC) e o chefe da Polícia Civil, Carlos Leba (PCERJ) se reuniram para definir os detalhes da exposição que acontecerá de duas formas: uma mostra das peças em um museu, e também uma exposição online, com todo o acervo digitalizado, para que o público tenha livre acesso as obras.
A polícia Civil preserva hoje cerca de 200 peças, consideradas provas de crimes pelo Código Penal de 1890, que proibia a “prática do espiritismo, da magia e seus sortilégios”. Estas peças, apreendidas em terreiros no começo do século passado e durante a ditadura militar, foram conservadas onde hoje é a sede da Polícia Civil.
As obras batizadas de coleção “Magia Negra”, foram tombadas em 1938 pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Instituto participará de todo o processo para a exposição pública das peças catalogando o acervo e diagnosticando o estado das obras. Instituições religiosas também atuarão em parceria com os órgãos envolvidos. Desta forma é garantido que as peças sagradas, que não podem ser exibidas, devido aos fundamentos das religiões de matriz africana, sejam devidamente preservadas.