Responsive Ad Slot

MAIS RECENTES

Latest

Aumento de violência, dispara a procura por câmeras de segurança na Baixada Fluminense

quarta-feira, novembro 22, 2017

/ by Jornal Destaque Baixada
Reportagem; Raphael Bittencourt

A crescente violência na Baixada Fluminense, aliada ao despreparo da polícia e a falta de investimento do governo em Segurança Pública, tem tornado a população refém do medo. Com efetivo de 925 PMs, o 20º Batalhão da Polícia Militar é responsável por cobrir as cidades de Mesquita, Nilópolis e Nova Iguaçu, que juntas somam cerca de 1 milhão 128 mil habitantes, de acordo com estimativa do IBGE. Estes dados representam média de um policial para cada 1.219 pessoas, número bem diferente do que recomenda a Organização das Nações Unidas (ONU), que é um policial para cada 450 habitantes.

Sendo assim, é cada vez maior o número de pessoas que estão investindo em segurança eletrônica, um dos mercados que mais crescem nos últimos anos. Pioneira no ramo em nível nacional, a Ser-Tel tem 50 anos de atuação no setor. A empresa, que fica situada na Taquara, Zona Oeste, atendia somente no Rio de Janeiro, mas a crescente procura por serviços como instalação de sistemas de câmeras de segurança, interfones e portões eletrônicos em cidades da Baixada fez a Ser-Tel expandir seus negócios.

Foto: Raphael Bittencourt

“Essa procura começou a partir do fim de 2016 e tem se intensificado ao longo deste ano. As cidades que já procuraram pelos nossos serviços são Duque de Caxias, São João de Meriti, Itaguaí, Nova Iguaçu, Magé e Seropédica”, relata Isabel Sá, analista de Projetos e Marketing da Ser-Tel.

Segundo Isabel, diferentemente do que ocorre no Rio de Janeiro, que tem grande demanda no segmento residencial, na Baixada Fluminense a maior procura é de empreendimentos comerciais. “Nossos produtos também contribuem para o controle de prevenção e perdas em comércios, por furtos no interior das lojas, que extrapolam a questão da segurança pública, por exemplo”, explica Isabel Sá.

O preço que se paga pela maior sensação de segurança vai de acordo com o desejo do cliente. A empresa levanta as necessidades do contratante e elabora um projeto em que o custo final dependerá de vários elementos como os equipamentos e o tipo de tecnologia necessária. “Para se ter uma ideia, eles podem começar em R$ 1.000,00 sem limite de investimento máximo”, adverte a analista da Ser-Tel.

>>Novidades no mercado – As principais novidades apresentadas pela Ser-Tel são a tecnologia em nuvem, Vizinhança Colaborativa e câmeras IP. A tecnologia de armazenamento em nuvem faz o backup das imagens gravadas pelos sistemas de câmeras de segurança instalados, com acesso ilimitado de qualquer lugar, em tempo real e por qualquer dispositivo, além do compartilhamento e recuperação ágil das imagens. Essa tecnologia proporciona mais segurança por minimiza os riscos de dano, queima, roubo, sequestro e invasão de da e queima dos servidores físicos. Essa tecnologia também está atrelada à Vizinhança Colaborativa, que é o monitoramento integrado em nuvem das câmeras instaladas nos condomínios e casas de uma rua, para garantir maior segurança aos moradores. As câmeras IP’s são acessíveis e de fácil instalação, já que não necessitam de softwares e placas adicionais, além de contarem com um sistema de integração universal às redes.

Vítima de furtos investe em monitoramento

Dois furtos em oito dias. Esta foi a gota d’água para uma professora aposentada, moradora da Rua Coronel Francisco Soares, no Centro de Nova Iguaçu. No dia 31 de outubro, um homem vestindo macacão azul entrou na vila residencial onde mora J.N.V.P. e furtou a bomba hidráulica de sua casa. A cena foi vista por uma vizinha, que achou que o homem era um funcionário da Cedae que fazia algum tipo de manutenção. Antes de ir embora, ele ainda levou uma lâmpada de uma das luminárias. A ação aconteceu por volta das 14h.

Na semana seguinte, no dia 8 de novembro, outro morador saía para trabalhar quando notou que todas as lâmpadas da vila haviam sido furtadas. Novamente a ação aconteceu por volta das 14h, horário de grande movimento na Coronel Francisco Soares. Daí então a professora decidiu dar um basta naquela situação.

“Na mesma hora coloquei um cadeado e pedi indicações de quem pudesse instalar um portão eletrônico com interfone e câmeras de segurança na vila. Já haviam levado a bomba hidráulica e as lâmpadas, e eu temia que algo mais grave pudesse acontecer”, conta J.N.V.P.

Ela contratou o serviço de João Sambonha, instalador técnico de Sistema de Segurança Eletrônica há 32 anos. Ele conta que a demanda cresceu muito nos últimos anos, assim como a mão de obra. “Antigamente havia poucos instaladores, mas hoje tem mais de 50 só em Nova Iguaçu. Trabalho por indicação, faço de duas a três instalações por semana”, conta João.

Segundo ele, um kit completo para uma casa sem necessidade de tantos equipamentos custa, em média, R$ 1.400,00, incluindo a mão de obra. João Sambonha atende os clientes pelo e-mailj.sambonha@gmail.com ou pelo telefone 96442-4549.

Comandante do 20º BPM sugere instalação

Foto: Davi de Castro

Em entrevista ao Jornal de Hoje, publicada na edição de ontem, o comandante do 20º BPM (Mesquita) tenente-coronel Alexandre de Souza Rodrigues sugeriu que a população adote algumas medidas que evitem a ação dos bandidos. Entre elas, o comandante aconselha que sejam instalados sistemas de monitoramento por câmeras de segurança em vilas e avenidas residenciais, além de interfones e chaves para todos os moradores. O tenente-coronel também alerta para que pedestres evitem o uso de celular em locais de grande concentração pública, assim como o porte do aparelho no bolso traseiro, não deixar o telefone à mostra e usar mochila na parte da frente do corpo, para evitar o oportunista.

Para o coronel da PM, Paulo César Lopes, o uso de tecnologias de segurança pode ser uma ferramenta importante para o policiamento na Baixada. “Quanto a se agregar novas tecnologias, conforme cogitado, como forma de otimizar o serviço policial, ao meu tino, são medidas de extrema relevância”, afirma.

Ainda segundo ele, a falta de comprometimento de policiais do batalhão de Mesquita corroboram com o aumento da violência na região. “O problema do recrudescimento da violência na Baixada, e o consequente medo difuso, perpassa as fronteiras do déficit de efetivo. Historicamente, o 20º BPM tem ostentado mazelas que orbitam entre a efetiva falta de ação de comando, falta de controle e de motivação da tropa para combater o bom combate. Fatos recentes, constatados em eficiente atuação da corregedoria, demonstraram de forma inequívoca PM’s dormindo em serviço, condescendência e envolvimento com a contravenção, dentre outras graves infrações perpetradas pela tropa. Esse verdadeiro estado de ausência de regras, conduz a uma absoluta ineficiência do serviço policial, até porque, não raro, totalmente divorciado do interesse público de garantir a ordem pública, que deve, necessariamente, pautar a atuação da PM”, comentou Lopes, que já foi comandante da 3ª CPA (Comando de Policiamento de Área), responsável pelos batalhões da Baixada.

Já o coronel Márcio Sérgio Duarte, ex-comandante geral da PM, aponta a parceria entre a PM e a população como o caminho a ser seguido. “É inexorável que a PM encontre na parceria privada um apoio para mitigar sua asfixia no atendimento das demandas de segurança. Os efetivos policiais serão cada dia menores, pois tão cedo não haverá reposição para as “baixas” quase diárias. Também não há recursos para equipamentos. A solução será a parceria, como há em Minas Gerais com o projeto Rede de Vizinhos Protegidos”, sugere.

Via: jornal de hoje
22/11/2017
Don't Miss
© 2015 - 2022 Jornal Destaque Baixada. Todos os direitos reservados
Destaque Baixada Jornal para ler e compartilhar