A Prefeitura de Belford Roxo abriu no início da semana a campanha sobre os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher. Promovido através da Secretaria Executiva de Promoção à Saúde, o evento foi realizado no auditório da Fabel, na Rua Virgilina Bicchieri 61, bairro das Graças e teve como palestrante, a delegada aposentada, Maria Camardella, que abordou sua experiência a frente de várias delegacias de polícia civil no estado do Rio de Janeiro.
A Campanha é uma mobilização anual. Desde sua primeira edição, em 1991, já conquistou a adesão de cerca de 160 países. Mundialmente, a Campanha se inicia em 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, e vai até 8 de dezembro, que é o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Desde 2003, o Brasil participa da campanha.
Em Belford Roxo, a Clínica da Mulher Professora Fernanda Bicchieri Soares, na Travessa Dona Joaquina, esquina com Avenida Benjamim Pinto Dias, no Centro (3772-5458 e 3772-5106) e o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAMBEL), na Avenida Joaquim da Costa Lima 2490, bairro Santa Amélia (2761-5845), são unidades de referência do município que tratam do assunto.
Mulher é a maioria
De roxo só o nome. No município, segundo dados da Secretaria Municipal da Mulher, 53% da população, em torno de 600 mil habitantes, são do sexo feminino. A secretária da pasta, Ana Lúcia Corrêa, disse que cresce a cada dia o número de violência doméstica contra a mulher na cidade. “Negras e pobres são as mais atacadas. O prefeito (Wagner Carneiro) está empenhado nessa luta contra violência. Para isso, criou o Centro de Atendimento a Mulher Violentada, que funciona diariamente no bairro Santa Amélia”, afirmou ela. Segundo Ana, lá, mulheres vítimas de violência, têm assistência jurídica e também de psicólogos e assistentes sociais. “No dia primeiro de dezembro faremos uma palestra na Clínica da Mulher, no centro, quando falaremos sobre Aids e doenças sexualmente transmissíveis”, avisou.
Aos 81 anos, Carmardella lembrou sua perseverança para alcançar o posto de delegada, a primeira no Estado do Rio, sempre trabalhando e estudando. Para ela, a mulher não pode ter uma postura de submissão. "A mulher tem que fazer valer seus direitos e ser conhecedora deles. O machismo ainda impera, compete a nós que temos uma cabeça diferente pensarmos e acabarmos com esse machismo".