Reportagem; Davi de Castro
NOVA IGUAÇU - A Baixada sofreu com as chuvas deste final de semana e Nova Iguaçu foi uma das cidades mais castigadas, por não dispor de estrutura para casos de temporais. Em apenas quatro horas de chuva, que começaram no sábado, as ruas do centro já estavam alagadas e os estragos espalhados por dezenas de bairros.
A situação se agravou mais no domingo (19) e até as 14 horas de ontem a sub-secretaria de Proteção e Defesa Civil havia registrado 20 ocorrências. Mas não houve vítimas, nem pessoas feridas, desabrigadas ou desalojadas. Apenas alagamentos, quedas de muros, poste e árvores, enxurradas e inundações.
Em poucas horas de chuva o centro de Nova Iguaçu se tornou um mar, principalmente às margens da linha férrea, na Rua Bernardino de Melo, próximo à estação, onde muitos veículos que arriscaram a travessia ficaram enguiçados, por a água alcançava o meio da porta. Só ônibus conseguiam a travessia sem dificuldade. Do outro lado da cidade, as ruas Nilo Peçanha, Otávio Tarquínio, Luiz Guimarães e Coronel Francisco Soares, se tornaram verdadeiras correntezas, alcançando mais de 50 centímetros de altura às margens da via Dutra. “Foi impossível passar por aqui”, comenta Almerinda Santos, 60 anos, moradora da Nilo Peçanha.
Queda de muros, árvores e poste
Nos bairros, houve queda de árvores em Rodilândia e Santa Eugênia, enquanto as localidades de Comendador Soares, Austin, Cabuçu, Prados Verdes e algumas regiões do Km-32 ficaram debaixo d’água, principalmente com o transbordamento de rios e valões que cortam essas regiões. Houve queda de poste na Rua Rosiléia Ribeiro, em Jardim Palmares, e muros em Morro Agudo, Cacuia, Jardim Alvorada, Palhada e Austin. A enxurrada também fez estragos no bairro Jardim Nova Era, bem como em outros situados no corredor da Estrada de Madureira. Houve inclusive, informações de rachadura no viaduto Padre João Musch, no centro. Mas a Defesa Civil não constatou perigo. O Bairro Botafogo, próximo à UPA, ficou alagado e Figueira coberto de lama.
Mapa de proteção a caminho
A falta de política do governo, no sentido de proteger a população contra temporais, fez a subsecretaria de Proteção e Defesa Civil montar um rigoroso esquema de trabalho, com equipes de atendimento 24 horas, onde ninguém deixou de ser atendido. Para fazer contato, basta discar 199 ou 3779-0660. O tenente-coronel Ribeiro Lopes, subsecretário da pasta, setor com status de secretaria, vai apresentar no mês de dezembro, o mapeamento das áreas de risco que precisam de proteção, cujo levantamento já está sendo feito. Ele trabalha em conjunto com o major Vilson Santos, superintendente de Proteção Comunitária. Para eles, nenhuma cidade do mundo está pronta para as manifestações da natureza. “A gente nunca sabe o quem vem por aí”, comentam.