Reportagem; Davi de Castro
NOVA IGUAÇU - Rachaduras, falta de proteção e muita trepidação. Esta é a situação de quem passa pela estreita e mal iluminada ponte sobre o Rio Botas, que separa os bairros Chacrinha e Santa Eugênia, a poucos metros do Centro de Nova Iguaçu. Motoristas e pedestres que transitam pelo local reclamam do abandono da prefeitura.
Para atravessar as pontes que ligam um lado ao outro dos bairros, os pedestres são obrigados a disputar espaço com ônibus e outros veículos. Há risco também na travessia das pinguelas de acesso às moradias de um dos lados do Rio Botas.
Moradores antigos da localidade relataram que da ponte que lida a Rua José de Assis Ferreira à General Rondon, em frente a um supermercado, já aconteceram vários acidentes por causa da falta de alças na ponte. É o que relata o morador José Vicente Fonseca, 67 anos.
“Aqui eu já vi cair carros, pessoas e até mulheres com crianças, por causa dos carros. À noite, isso aqui sem luz dificulta muito. No escuro, para se livrar do veículo, a pessoa só tinha a alternativa de se jogar em baixo. E muitos carros, para não atropelar pessoas, despencavam também. Eu já vi, nessa confusão toda, cair o carro e a pessoa”. O relato é do seu José Vicente Fonseca, 67 anos.
Vendedor ambulante, Severino Xavier, 82 anos, que circula a região vendendo salgadinhos, disse que “a ponte balança muito quando passa carro. Essa ainda está boa. Pior é a outra”, afirma.
Não existe grade de proteção
Para José Carlos de Souza Bastos, 63 anos, a ponte da Rua José de Assis Ferreira já teve alças de proteção há muitos anos. “Eram grades de ferro. Quando a ponte caiu, fizeram outra e as grades caíram depois”, lamenta. “Quando cair uma criança ou ocorrer um acidente grave, eles (referindo-se à prefeitura) tomam providência”, critica. “Rogerio Lisboa viu isso aqui. Mas foi durante a campanha eleitoral. Ele foi eleito. Mas não sei se ele voltou aqui”, interfere Rosivaldo Pereira, 54 anos.
Mais adiante está a outra ponte a qual Severino se referiu. Trata-se de uma travessia de cimento, na Rua Manoel Pereira de Oliveira, ligando os bairros pela General Rondon, próximo a um sacolão e um comércio de ração animal. Também não há grades de proteção e a ferragem, bastante desgastada pelo tempo, já está à mostra. Dela também já caíram pessoas e veículos. “Quando morrer gente, a prefeitura dá as caras”, disse Elza Maria de Souza, 35 anos, ao passar pela equipe do Jornal de Hoje.
Rio Botas mais parece um valão
Mas não são apenas as pontes que colocam em risco a saúde dos moradores ou pedestres da Chacrinha e Santa Eugênia. A sujeira do Rio Botas aponta um grande potencial de riscos à saúde. Nele, além do lixo, troncos e galhos de árvores, há também restos de comida, animais mortos e entulhos, restos de obras e sobra falta de cuidados. O canal cheira mal e está bastante assoreado. Por causa dos deslizamentos, duas obras de contenção foram realizadas. Mas isso, para o morador Sérgio Neves, 79 anos, não resolve o problema. “Os moradores precisam se conscientizar da situação e não jogar lixo no local”, sugere Sérgio.
via: Jornal de hoje
14/11/2017