Reportagem: Davi de Castro e Diego Valdevino
Apesar da prefeitura de Nova Iguaçu ter a sua própria fábrica de asfalto, as principais ruas da cidade estão ceias de buracos. Duas delas, importantes e conhecidas de moradores e motoristas são o retrato do abandono. A reportagem do Jornal de Hoje esteve na Estrada de Adrianópolis entre a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Botafogo até o bairro de Três Corações, em frente ao Posto Capitão e contabilizou 20 buracos. Já na Estrada Velha São José, na altura do Cobrex até a Cerâmica, próximo à Rodovia Presidente Dutra, foram encontrados 36 buracos. Enquanto alguns são pequenos, mas que podem danificar um veículo, outros são capazes de fazer estragos. Nas duas vias foram encontrados 56 buracos. Para moradores, um descaso da Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu.
A situação fica mais exposta por ocasião das chuvas, quando pessoas e veículos passam o maior sufoco para trafegar, por causa das poças de água e do lamaçal. Um dos exemplos é a Estrada de Adrianópolis, onde a buraqueira tira a paciência de motoristas e pedestres e quem acaba pagando a cota de tanto descaso é a mãe do prefeito Rogério Lisboa, que não tem nada a ver com a buraqueira da cidade. Em algumas vias, como na Estrada Velha São José, alguns moradores começaram a tampar buracos com pedaços de tijolos e barro seco.
Moradora da Cerâmica, a dona de casa Lilian Dias, de 38 anos, já teve o pneu do carro furado duas vezes em menos de um mês ao passar pela buraqueira do local. “O pneu não aguenta tanto buraco e acabo tendo prejuízo. O amortecedor do meu carro também já está desgastado. A cidade está abandonada. Essa é a sensação”, lembrou.
Buraqueira em frente a UPA
A situação da Estrada de Adrianópolis é mais dramática na altura do número 500, em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no bairro Botafogo. No local existem duas grandes crateras, com mais de meio metro de profundidade cada uma. Como a pista é de mão dupla, quando um ônibus ou carro de passeio cai no buraco, os motoristas ficam irritados e não contém os xingamentos. O mesmo acontece quando o veículo para, para dar passagem a outro que trafega em sentido contrário, pois os dois buracos comem quase a metade da pista. “A gente telefona para a prefeitura e nada adianta…esse (impublicável) não resolve nada…não adianta nada. E quando a gente reclama, vem um pessoal e tapa o buraco. Mas a qualidade do material é tão ruim que logo, logo o buraco se abre novamente”, alerta um morador (não quis ser identificado) que trabalha na banca de jornal em frente ao buraco.
Banho de lama em bebê de colo
Quando chove, a buraqueira enche d’água e quem tenta atravessar a pista para chegar à UPA ou está no ponto de ônibus, o banho de água e lama é inevitável. “Eu estava com minha filha no colo, queimando de febre e procurei a UPA. Quando atravessei, o ônibus caiu no buraco e nós duas (ela e a criança) ficamos enlameadas dos pés à cabeça”, reclama Maria do Carmo Silva, 55 anos. “Isso é responsabilidade do prefeito Rogerio Lisboa”, esbraveja.
Outro morador reclamou do quebra-molas em frente à unidade de saúde. “Por causa desse quebra-molas sem sinalização, aqui em frente à banca de jornal, muitos acidentes já aconteceram neste local”, reclama.
Há 400 metros da UPA, mais transtornos em frente ao número 53 na mesma estrada, no local conhecido como Praça do Bidu Chaveiro, também chamada de praça do sinal ou do quebra-molas. Um buraco na saída da Estrada do Ambaí a de Adrianópolis, no sentido Nova Iguaçu, inferniza a vida de motoristas e pedestres. “O asfalto cedeu, criou-se então um buraco, e a pista ficou em desnível com a caçada. Se chove, o carro passa e a gente leva banho de lama. E já houve gente que, ao se distrair, acabou tropeçando e caindo por causa do desnível”, comenta José Roberto Cavalero, 63, que estava sentado em um bar em frete ao buraco. “Muita gente já reclamou. Mas, sabe como é, os caras da prefeitura não dão importância. Só no ano de eleição”, alfineta. Motoristas também reclamam da falta de sinalização no quebra-molas gigante. “Quando a gente vê, já está em cima. Dia desses, meu filho pequeno bateu de cabeça no teto do carro por causa do impacto desse quebra-molas”, reage Ailton Sobrinho de Souza, 40.
Via: Jornal de hoje
16/01/2018