Por Henrique Coelho
BELFORD ROXO - A investigação de um esquema de lavagem de dinheiro na área da saúde na prefeitura de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, pode se estender a outros municípios da região. O trabalho de Polícia Civil e Ministério Público identificou que servidores da prefeitura receberam dinheiro que pode ter vindo de contratos de empresas com a administração municipal na área de saúde.
"Tínhamos a notícia desses contratos firmados com o município de Belford Roxo, e chegou a notícia de que já contratos celebrados com outros municípios da Baixada Fluminense. Tudo isso vai ser objeto de análise dos investigadores", explicou o promotor Fabio Corrêa, do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado do Ministério Público.
Segundo o delegado Flávio Porto, um relatório financeiro do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) iniciou a investigação, indicando movimentação suspeita no município a partir de dados enviados em 2016. O valor movimentado, segundo o órgão, era de R$ 34 milhões.
"Começamos um trabalho de investigação, identificamos vínculo direto e indireto de pessoas que integravam o quadro societário das empresas com membros da alta administração da prefeitura de Belford Roxo", explicou Porto, delegado do Núcleo de Combate à Corrupção e Lavagem de dinheiro da Polícia Civil.
Houve vários servidores com crescimento patrimonial incompatível com a renda. No ano de 2015, o então secretário de administração do município, João Magalhães, tinha renda líquida de R$119 mil, e movimentações financeiras que somavam aproximadamente R$ 3 milhões. Houve funcionários que receberam mais de R$ 380 mil de funcionários da própria prefeitura. Uma delas comprou apartamento. Um filho de João Magalhães, segundo as investigações, recebeu R$ 700 mil do pai.
"Vamos ter acesso hoje e vamos poder dimensionar para obter o valor que foi conseguido por meio dessas contratações", explicou o delegado.
Veja ao vídeo:
Veja ao vídeo: