DUQUE DE CAXIAS - Pelo menos sete pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (8) durante uma operação da Polícia Civil em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, realizada para combater fraudes no fornecimento de água no município.
Entre os presos está o ex-vereador Francisco dos Santos, Chico Borracheiro, o filho dele Cristiano Cláudio Andrade dos Santos e a nora Monique Helen Garcia Barbosa. Todos, segundo as investigações, estão envolvidos em um esquema que fraudou em R$ 9 milhões o fornecimento de água a escolas públicas e postos de saúde da cidade.
A ação, batizada de Operação Imbariê, foi feita pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), e pela Polícia Civil.
Foram cumpridos mandados de prisão contra Chico Borracheiro, seu filho, Cristiano Cláudio de Andrade dos Santos, sua nora, Monique Ellen Garcia, mais dois funcionários da empresa Cris Duque de Caxias Transportes Eireli e dois servidores da Prefeitura de Caxias. Os sete foram denunciados pelo MP-RJ por estelionato, corrupção ativa e passiva e formação de organização criminosa.
De acordo com a polícia, a água destinada a locais públicos pela Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), mas o grupo acusado articulou fraudes para desviá-la.
De acordo com a denúncia, a empresa Cris Duque de Caxias Transportes firmou quatro contratos no valor total de R$ 8,8 milhões para fornecimento de água potável em carros-pipa para as secretarias municipais de Saúde e Educação. No entanto, a água era entregue às unidades de ensino, hospitais e postos de saúde em quantidade menor do que o descrito nas notas fiscais. Por vezes, o produto sequer chegava às unidades do município, apesar de notas serem assinadas autorizando a cobrança junto à prefeitura.
Ainda segundo o MP-RJ, a empresa tem como real proprietário o ex-vereador Chico Borracheiro. A firma, porém, está registrada no nome de sua nora, Monique Barbosa. As investigações apontam também que o filho do político, Cristiano, foi colocado pelo pai como gerente operacional da companhia. Ambos, segundo a denúncia, tinham total ciência das fraudes praticadas e auxiliavam em sua execução.
De acordo com as investigações, os funcionários da Cris Duque de Caxias Transportes, Carlos Augusto da Silva Araújo e Fabrícia Carvalho Silva Ares, também participavam ativamente do esquema criminoso. Para o MP-RJ, era Carlos quem orientava Fabrícia a confeccionar os recibos fraudulentos.
A denúncia narra, ainda, que, ao menos entre maio e agosto de 2016, Cristiano orientava os motoristas da empresa a entregarem, para assinatura de diretores de escolas municipais de Caxias, notas fiscais de fornecimento de água apenas com o número zero no campo referente ao volume.
Dessa forma, após a nota firmada por diretores de escolas que não precisavam de água, Cristiano preenchia a lacuna com números como 10 mil ou 20 mil e cobrava da prefeitura por serviços que não havia de fato prestado.
Além dos mandados de prisão preventiva contra os sete denunciados, a Operação Imbariê também busca cumprir oito mandados de busca e apreensão nas casas dos denunciados, na sede da empresa e na Secretaria Municipal de Fazenda de Caxias.
A ação acontece em decorrência da operação Hydra I, que investigava a venda de água imprópria para consumo a escolas estaduais.
Naquela ocasião, os investigadores suspeitaram que a Cris Duque de Caxias Transportes, única fornecedora de água em carros-pipa do Município, não possuía infraestrutura para cumprir contratos do porte dos que foram firmados com as Secretarias de Educação e Saúde.
Via: G1
Foto: Reprodução/ Tv Globo
08/02/2018