COLUNA DO FRAGA / (Foto: Evaristo Sa/AFP) |
Lula pode ser apenas a primeira pedra de um dominó que ameaça abalar os alicerces do poder, em Brasília.
"Se até o Lula foi preso, por que não irei?"
Como dizia uma antiga propaganda da vodka Orloff, "eu sou você, amanhã".
Levantamento feito recentemente revela que um a cada três dos 513 deputados federais e 81 senadores responde a processo no Supremo Tribunal Federal. Gente do porte de Aécio Neves, Renan Calheiros e Romero Jucá.
Esse pessoal sabe que agora os olhos estarão voltados para eles.
O senador tucano, sem dúvida, será o mais visado. É a personificação para os apoiadores de Lula da seletividade de Sérgio Moro. Só que Moro não tem poder nenhum contra Aécio. Ele continua curtindo a vida em Búzios e arredores porque dispõe de foro privilegiado, e só pode ser preso por decisão do Supremo Tribunal Federal.
Apesar dos nove inquéritos a que responde no Supremo, Aécio sempre conseguiu uma mão amiga para evitar a cassação, e aí, sim, cair nas garras de um juiz singular qualquer, como Sérgio Moro.
Foi exatamente isso que aconteceu com Lula ao deixar a Presidência da República, e perder o foro privilegiado.
E é esse o grande temor, hoje, do presidente Michel Temer.
O tempo curto talvez impeça que ele sofra a terceira denúncia, mas Temer está ciente de que, assim como Lula, terá uma vida complicada quando perder o cargo.
As denúncias contra Temer são muitas e antigas. Há mais de 20 anos, seu nome é associado a desmandos no Porto de Santos, mas sempre passou incólume. A passagem pelo Palácio do Planalto aumentou o rol dessas acusações.
Aécio e Temer até hoje foram beneficiados pela complacência do Judiciário.
Vamos ver até quando.
Com informações da BBC Brasil e R7
08/04/2018