Metade deles temem pela própria vida ou a dos passageiros; críticas à infraestrutura viária e ao transporte alternativo de passageiros também são indicados em pesquisa A violência urbana é a principal preocupação de 71% dos motoristas de coletivos que atuam na Baixada Fluminense e em algumas regiões da cidade do Rio de Janeiro.
A constatação é de uma pesquisa feita com representantes da categoria que atuam no Grupo JAL. De acordo com o levantamento, 51% dos entrevistados sentem que a sua vida e a dos passageiros estão frequentemente em risco, sobretudo em vias, cruzamentos e bairros mais perigosos.
Outro destaque da pesquisa são as maiores causas de engarrafamentos, segundo os entrevistados: estacionamento ilegal de carros de passeio, excesso de veículos, obras inacabadas, chuvas e enchentes, vans e kombis (que fazem o transporte alternativo de passageiros).
"Pelo olhar dos nossos colaboradores, é possível termos um diagnóstico de mobilidade e segurança urbana bem próximo da realidade. Isso ajuda não apenas a ajustar nossa operação diária, para dar mais segurança aos nossos colaboradores e clientes, mas também abre uma oportunidade de ampliar o diálogo construtivo com o poder público", afirma Cristina Gullo, responsável pela Comunicação do Grupo JAL.
Feito pela UP - Ulrich Pesquisa e Marketing, o levantamento ouviu 316 colaboradores que atuam em sete dos municípios onde circulam ônibus do Grupo JAL: Duque de Caxias, Nilópolis, Belford Roxo, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Itaguaí e Rio de Janeiro.
Violência urbana: impacto constante
O impacto da violência urbana afeta significativamente a rotina dos motoristas e colaboradores. Metade deles têm medo de assaltos e 32%, de tiroteios. Além disso, 14% dos entrevistados temem desvios de rotas forçados por criminosos ou que o veículo seja incendiado.
"Apesar de certos dias e horários serem mais violentos, como a saída de bailes funk nas manhãs de domingo, cada vez mais a violência tem se manifestado em dias e horários aleatórios, não importa a quantidade de passageiros no coletivo. Poucos profissionais estão tão expostos à violência urbana como motoristas”, avalia Pedro Ulrich, responsável pela pesquisa.
A partir da análise das conversas realizadas com os participantes, foi possível mapear, por exemplo, as vias mais perigosas, segundo os motoristas (lista abaixo).
• Santa Tereza - B. Roxo, Pavuna, Rio de Janeiro
• Vila Pauline, Belford Roxo
• Vila Pauline, Belford Roxo
• Praça Santa Marta, Belford Roxo
• Avenida Joaquim da Costa Lima, Belford Roxo
• Morro da Mangueirinha, Duque de Caxias
• Avenida Trezentos, Duque de Caxias
• Jardim Íris, São João de Meriti
• Próximo ao Metrô da Pavuna
• Curva do S, São João de Meriti
• Rua Roberto Ribeiro/Éden, São João de Meriti
• Avenida Fluminense/Vila Rosali, São João de Meriti
• Morro da Pedreira/Pavuna, Rio de Janeiro
• Avenida Brasil
• Rodovia Presidente Dutra
Infraestrutura precária afeta qualidade do transporte
Chuvas e inundações lideram a lista de problemas das vias públicas, de acordo com 47% dos entrevistados. Em seguida, com 29% das citações, cada um, aparecem as obras, interrupções e desvios no trânsito; e a pavimentação e o calçamento de ruas e avenidas.
Transporte alternativo desafia fiscalização
O transporte alternativo de passageiros é outro ponto de destaque na pesquisa. Além do alto volume de vans, kombis e mototáxis circulando nas vias públicas, geralmente em condições precárias, a categoria se queixa que esses veículos costumam ocupar o lugar dos ônibus nas pistas, baias e pontos de embarque de passageiros, causando congestionamentos.
Também são frequentes as reclamações sobre desrespeito às leis de trânsito, imprudência e direção perigosa. E 1 em cada 5 motoristas relatou já ter sofrido ameaças verbais ou físicas por parte de condutores de veículos do transporte alternativo.
Carros demais e estacionamento fora da lei
As principais causas de engarrafamentos, segundo os participantes da pesquisa, são o estacionamento ilegal de carros de passeio, apontado por 42% dos entrevistados, e o excesso de veículos nas vias, apontado por 35%.
Pontos de ônibus são reprovados
A infraestrutura dos pontos de ônibus é criticada por 71% dos entrevistados. Em geral, os pontos negativos são banheiros, iluminação, conservação, limpeza e cobertura contra sol e chuva. Mas é o policiamento que mais chama atenção, considerado insuficiente por 91% dos entrevistados.
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18/03/2019
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