No ano passado, dos 3.668 acidentados atendidos no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), 46% (1.686) eram motociclistas, sendo que cerca de 30% das vezes, este paciente precisou ficar internado. Por causa destes números alarmantes, a pedido do prefeito Rogerio Lisboa, a direção do HGNI se reuniu durante dois meses, com representantes dos municípios da Baixada Fluminense para propor medidas que ajudem a reduzir o impacto das vítimas de acidentes de moto na maior emergência da região, que convive diariamente com a superlotação. O trabalho conjunto deu origem à campanha ‘SOS Hospital da Posse’, que terá um Dia D na próxima sexta-feira (05) com o objetivo de conscientizar os motociclistas quanto à prevenção através da pilotagem defensiva.
“Temos uma quantidade gigantesca de pessoas pilotando moto sem capacete ou após ingerir bebida alcoólica e começamos a identificar uma excessiva procura ao hospital por conta destes acidentes”, afirma Joé Sestello, diretor geral do HGNI. Ele explica que a meta da campanha é orientar o condutor para reduzir o impacto de atendimentos a acidentados, principalmente de casos graves, como fraturas expostas e traumatismos cranianos, em que o tempo de recuperação é maior. “Temos um hospital superlotado e precisamos lutar pela prevenção”, completa Joé.
As ações serão integradas entre as secretarias de Trânsito e Segurança Pública dos municípios da Baixada Fluminense e contará com o apoio das polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal, além do Corpo de Bombeiros. Em Nova Iguaçu, agentes de trânsito da Secretaria de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana (SEMTMU) trabalharão em parceria com os da Segurança Pública (SEMSEG) realizando abordagens nas principais vias do município, distribuindo materiais informativos e educativos, e fiscalizando as motos e os equipamentos de segurança, já que o risco de uma lesão séria aumenta se o motociclista não estiver protegido. “Com a parceria da segurança pública e a ajuda dos outros municípios vamos conscientizar os motociclistas que passam por toda a Baixada Fluminense, através de um projeto educativo, sobre a importância de manter os equipamentos de segurança e a direção defensiva”, afirma Leonardo Callijão, secretário da SEMTMU.
Segundo o coronel Roberto Penteado, secretário da SEMSEG, uma das grandes preocupações no trânsito são de motociclistas que pilotam de maneira irregular. “Muitos insistem em não usar o capacete e sequer levam a habilitação. Então vamos conscientizar a população dos riscos e cuidados que devem ser tomados para reduzir os efeitos trágicos dos acidentes que tanto pesam no orçamento do HGNI”, explica ele.
Para o coronel Marcus Amaral, do Terceiro Comando de Policiamento de Área (Baixada Fluminense), o número de acidentados que o HGNI recebe é impressionante, e por isso é necessário intensificar as ações rotineiramente. “Não tínhamos a dimensão da quantidade de atendimentos que são realizados no HGNI. Temos a esperança de reduzir estes números na medida em que houver uma evolução das nossas ações de caráter educativo e repressivo. A gente quer diminuir substancialmente o número de feridos em acidentes de trânsito, principalmente de moto, na Baixada Fluminense”, reforça Amaral.
‘É importante dirigir de maneira prudente’
Jackson Luís, de 24 anos, dirigia sua moto a caminho do trabalho na manhã de segunda-feira (01), quando outro motociclista, em alta velocidade, esbarrou em seu veículo e ele sofreu uma queda. Imediatamente foi socorrido ao HGNI e está internado com uma fratura na perna. A mãe, Rosângela Abreu, de 50 anos, ficou indignada com o ocorrido. “Ele anda com tudo regular, estava indo trabalhar e aí outro condutor, que devia estar com pressa, bateu no guidão da moto e aconteceu isso. Os pilotos de moto precisam ter consciência que apesar de ser um veículo rápido, é importante dirigir de maneira prudente, zelando pela vida dos outros. Graças a Deus ele sobreviveu, mas tem muitos que não têm essa sorte”, alerta Rosângela.
02/04/2019