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Com chegada do verão, risco de câncer da pele aumenta

terça-feira, janeiro 14, 2020

/ by Jornal Destaque Baixada

O verão 2020 chegou e, para frear o aparecimento de novos casos e, ao mesmo tempo, ajudar na identificação precoce do câncer de pele, aumentando os percentuais de cura, os médicos oncologistas da Oncoclínicas Rio de Janeiro dr. Cristiano Guedes Duque e Frederico Pereira Nunes responderam a 10 perguntas sobre a doença.



Mais um verão de altas temperaturas chegou ao dia a dia dos brasileiros, o que multiplica a atenção para o câncer de pele não-melanoma. Representando 30% do total de casos no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pele não-melanoma é o mais recorrente entre os tumores malignos identificados, apresentando sintomas silenciosos. Números do Inca mostram que a estimativa de novos casos de câncer de pele não-melanoma no país é de 165.580, sendo 85.170 homens e 80.140 mulheres (2018 - INCA). 



No Rio de Janeiro, de acordo com o Inca, a estimativa de novos casos é de 9.770 entre mulheres e 9.840 entre homens. Para frear o aparecimento de novos casos e, ao mesmo tempo, ajudar na identificação precoce da doença, aumentando os percentuais de cura, os médicos oncologistas da Oncoclínicas Rio de Janeiro dr. Frederico Pereira Nunes e dr. Cristiano Guedes Duque responderam a 10 perguntas sobre a doença.

A. Por dr. Frederico Pereira Nunes, oncologista da Oncoclínicas Rio de Janeiro

1. Quais os dois principais tipos de câncer de pele? 

Há dois principais tipos de câncer de pele: o melanoma – que representa apenas 3% dos tumores malignos de pele, sendo, contudo, o mais grave e agressivo, em virtude da sua alta possibilidade de metástase; e o não-melanoma, que corresponde a aproximadamente um terço dos tumores malignos diagnosticados entre todos os tipos de cânceres.

2. Como a população pode se prevenir? 

É fundamental se consultar, periodicamente, com um médico dermatologista. Como o não-melanoma tem elevadas chances de cura, caso seja detectado precocemente, uma das armas de prevenção mais poderosas é a universalização dos sintomas e da prática do autoexame.



3. Sobre o câncer de pele não-melanoma, o que é mais importante saber a respeito dos fatores de risco? 

O câncer de pele não-melanoma tem maiores probabilidades de incidência em pessoas de pele clara, acima de 40 anos e em pessoas que já tiveram doenças cutâneas, o que nesse caso inclui negros, crianças, mesmo que os casos sejam mais raros. Pessoas que trabalham sob exposição direta a raios ultravioletas do sol são mais vulneráveis. É preciso também atenção a outros fatores de risco, como agentes químicos (arsênico), radiação ionizante, processo irritativo crônico (úlcera de Marjolin), genodermatoses (xeroderma pigmentosum, entre outros).

4. Quais as recomendações indispensáveis quando o assunto é câncer de pele? 

As recomendações de sempre (uso de filtros solares com fator de proteção 15 ou mais, de chapéus, de guarda-sol e de óculos escuros, além de manter distância da exposição ao sol das 10h às 16h) continuam válidas e são imprescindíveis para todas as faixas etárias, ajudando a preservar vidas.

B. Por dr. Cristiano Guedes Duque, oncologista da Oncoclínicas Rio de Janeiro

5. Quem tem câncer de pele tem predisposição para outros tipos de câncer ou não tem nada a ver? Por quê?

Em geral, o câncer de pele não está associado a outros tipos de câncer. Isso ocorre porque o principal fator de risco para o câncer de pele é a exposição prolongada e repetida ao sol (devido aos raios ultravioletas). Porém, pessoas que têm deficiência crônica no sistema imunológico (por exemplo, devido a transplante de órgãos, infecção pelo HIV ou por uso de medicamentos) possuem predisposição a vários tipos de câncer, inclusive ao câncer de pele. 



6. Como saber se uma pinta tem potencial para virar câncer ou não? Como é o exame?

O melanoma pode surgir em um sinal pigmentado (pinta) que já existia antes ou como um sinal novo na pele. Para que as pessoas saibam em quais situações devem procurar atenção médica, deve ser lembrada a regra "ABCDE":


A: Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra metade

B: Bordas: o contorno do sinal é irregular, indefinido

C: Cor: a cor do sinal é variável, ou seja, há várias cores no mesmo sinal (preta, marrom, branca, azul, avermelhada)

D: Diâmetro: o tamanho do sinal é maior que 6mm (o equivalente a uma borracha na ponta de um lápis)

E: Evolução: o tamanho, forma ou cor mudaram ao longo do tempo

7. Qual protetor é recomendado para o dia a dia e qual é indicado para praia?

As recomendações mais importantes mais importantes a respeito do protetor solar dizem respeito ao fator de proteção e aplicação na pele. O fator de proteção solar (FPS) deve ser de no mínimo 15. Mas, para pessoas de pele clara ou que irão ficar expostas por mais tempo (por exemplo, na praia) ou nos horários de maior risco (das 10 às 16 h), caso seja inevitável a exposição ao sol, o FPS do protetor deve ser de pelo menos 30.



Em relação à aplicação, o protetor deve ser aplicado de forma generosa (o nível de proteção depende também da camada aplicada), com reaplicação a cada duas ou três horas (ou mais frequentemente em caso de sudorese intensa ou exposição à água). O uso do protetor labial não deve ser esquecido.

8. Quais locais do corpo – como ponta das orelhas, pés e outras partes que ficam cobertas durante o ano e são expostas na praia – mais precisam de cuidados com o sol? Sardas podem virar câncer?

No dia a dia, é importante que a aplicação seja feita em face, orelhas, pescoço, braços e mãos. Na praia, todas as áreas expostas devem receber protetor solar. Sempre que possível, deve ser utilizada uma barreira física (roupas, chapéus ou áreas cobertas). Há roupas e acessórios que contêm proteção UV. 

Sobre a possibilidade de sardas se transformarem em câncer, em geral, isso não ocorre. Mas muitas pessoas com sardas já têm pele mais clara, mais sensível à exposição UV. Por isso, devem tomar os cuidados em relação à exposição e à proteção, além de observar a regra "ABCDE".

9. Câncer de pele pode ser letal?

O câncer de pele não-melanoma ocorre em muitas pessoas. O seu crescimento costuma ser devagar, sendo que, por isso, demoram muito até gerar metástases (se espalhar para outras partes do corpo). 

Já o câncer de pele do tipo melanoma é mais agressivo, com um risco bem maior de gerar metástases e de levar ao óbito. Mas, mesmo no melanoma, a avaliação da agressividade é feita pelo médico, após a realização da biopsia. 

10. Regiões onde há os chamados buracos na camada de ozônio, em que é mais perigoso tomar sol?

A Organização Mundial de Saúde desenvolveu uma escala chamada de índice UV. Quanto mais alto o índice, maior o risco de danos para pele e olhos. Hoje em dia, esse índice aparece na previsão climática (junto com temperatura, umidade etc.). Quando o índice UV está acima de 7, as pessoas devem procurar ficar em locais fechados das 10 às 14 horas, ou pelo menos ficar em lugares de sombra e usar protetor solar, roupas, chapéus e outros acessórios de proteção
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