A reunião do colégio de líderes na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) transmitida pela primeira vez por videoconferência, nesta terça-feira (02/06), serviu para mostrar ao governador Wilson Witzel (PSC) que é praticamente inevitável a abertura de um processo de impeachment.
Deputados de diferentes vertentes ideológicas, da esquerda, passando pelo centro até a direita, foram unânimes em destacar a independência do parlamento, elogiando também o comportamento do presidente da Alerj, André Ceciliano (PT).
“O governador nunca respeitou o parlamento, temos todas as evidências para dar prosseguimento ao impeachment e afastá-lo do cargo”, disse o bolsonarista Filippe Poubel.
O pedetista Thiago Pampolha também foi duro, disse que o governo perdeu a legitimidade e chamou de “governador em exercício" Lucas Tristão, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico que é o homem-forte de Witzel.
“Tristeza ver o governador perder a capacidade de liderar. Ele abraçou Lucas Tristão e virou as costas para o parlamento e a população do Estado do Rio”, disse o jovem deputado, que está desde 2010 na Alerj.
Para Anderson Moraes, o momento é de agilizar o processo de impeachment e buscar punições aos envolvidos em fraudes nos contratos emergenciais da covid-19. “A Alerj precisa acelerar a responsabilização de todos aqueles que causaram prejuízos a tantas famílias. Quando você desvia da saúde, são vidas perdidas. E é isso que tem acontecido no meio de uma pandemia", afirmou o bolsonarista.
Parlamentar que era da base do governo, Jorge Felippe Neto (PSD) também foi direto: “Não adianta o governador tentar cooptar deputados que o grito de independência será dado”, avisou.