O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Magé não para. Na base descentralizada do serviço, em Santa Dalila, são 24 horas por dia a serviço da população mageense, com profissionais que correm contra o relógio para salvar vidas.
Alexandra Ramos, coordenadora do SAMU, fala um pouco sobre a rotina no serviço. Ou, a falta dela.
“A rotina é muito diversificada. É difícil se falar de uma rotina em um serviço que atende as urgências, não é? Os socorristas assumem o plantão às 7h da manhã e estão prontos para qualquer tipo de chamado. Acontecem ocorrências de todos os tipos. Você pode estar na rua, retornando de uma ocorrência e ter de se deslocar para outro evento. Então, é difícil falar de rotina”, disse a coordenadora.
A enfermeira Vanessa Andrade e o médico Júlio da Costa destacam que o fator surpresa obriga o profissional a estar sempre pronto para tudo.
“A gente não sabe o que vamos encontrar. Às vezes recebemos uma ocorrência como se fosse uma ocorrência básica, paciente estável. Ao chegar lá, o paciente é grave e precisa até ser entubado”, ressaltou Vanessa.
“Temos sempre de estar de prontidão. Prontos para o atendimento. Seja um atendimento clínico em residência ou um atendimento de rua”, disse o médico.
Ação rápida para estabilizar o paciente é chave na hora de salvar vidas
Em um atendimento móvel de urgência, agilidade é fundamental. O tempo de resposta deve ser rápido, pois a vida da vítima depende disso. Os chamados vêm a qualquer momento e podem ser desde uma transferência inter-hospitalar, um procedimento relativamente mais simples, até um acidente, que demanda ação rápida e pulso firme dos profissionais.
Ao ligar para o número 192, a chamada do solicitante vai para o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Baixada Fluminense (Cisbaf), uma central de regulação que vai direcionar seu chamado para a unidade móvel, que atenderá prontamente. Neste momento, o médico já começa a orientar o solicitante em relação aos procedimentos corretos a serem tomados. Paralelamente, já é acionada a frota para se deslocar ao local do evento.
Para salvar vidas, os socorristas contam com ambulâncias que são equipadas para prestar todo socorro que a vítima precisa. A unidade de suporte avançado, por exemplo, é literalmente uma UTI móvel, contando com respirador, bomba infusora, monitor e medicações.
Covid-19: novos desafios, novos protocolos
Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, foi registrado um aumento no número de chamados, e os cuidados da equipe para evitar a infecção foram intensificados. Pedro Henrique Tomaz, técnico de enfermagem do serviço, afirma que é gratificante servir à população durante a pandemia.
"É cansativo e preocupante, mas ao mesmo tempo é gratificante. É um momento em que as pessoas estão precisando da gente. Não só do SAMU mas de toda a rede de saúde. É gratificante estar ajudando as pessoas neste momento", disse Pedro.
Apesar da rotina estressante e cansativa, o orgulho e o amor à profissão é o que move esses profissionais. Cassia Cruz, técnica de enfermagem, resume o que é fazer parte do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. “Não temos hora para sermos acionados. Não sabemos quem é o paciente. E tratamos com muito carinho e amor, como se fosse alguém da nossa família”.