A Fiocruz assinou termo inédito com o laboratório AstraZeneca para produzir no Brasil, a partir de dezembro, milhões de doses da vacina contra o coronavírus, desenvolvida pela Universidade de Oxford. A fabricação será feita pelo Instituto Tecnológico de Vacinas (Bio-Manguinhos).
Em meados de julho, cientistas de Oxford anunciaram que, de acordo com resultados preliminares, a vacina da universidade para a Covid-19 é segura e induziu resposta imune no corpo dos voluntários. Segundo a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, a vacina é o elemento central no combate à Covid-19, mas não é suficiente para tratar o problema devido à complexidade da doença. Segundo ela, a imunização precisa ser combinada com outros cuidados, como higienização, uso de máscaras e distanciamento seguro.
O documento assegura a produção no Brasil de 100 milhões de doses da vacina. Ao mesmo tempo, a Fiocruz vai transferir a tecnologia para que o Bio-Manguinhos possa produzir integralmente a vacina no país e não precise importar o princípio farmacêutico da vacina.
“Esse é um fato inédito porque estaremos desenvolvendo a vacina em tempo recorde, porque já havia uma base científica e tecnológica na própria Fiocruz e na Universidade de Oxford, a partir de pesquisas. É uma esperança que vem da ciência”, disse Nísia.
Os testes com a vacina já estão na fase três, a última, que se prolongará até julho de 2021. Segundo Nísia, há previsão de já ter avaliações em novembro ou dezembro, que possam levar ao licenciamento da vacina. Mas, ao mesmo tempo, a fundação já está se preparando para esta produção.
“É importante que a vacina sairá a um custo de dose em torno de R$ 16, e que isto é possível porque estamos seguindo a orientação da farmacêutica, de que neste momento da pandemia a vacina tem de ser vista como bem público. Essa também é a defesa que fazemos para o nosso Sistema Único de Saúde”, disse a presidente da Fiocruz.
03/08/2020
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03/08/2020
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