Publicado em 21/09/2020 - Por Fogo Cruzado |
Há um ano, a pequena Ághata Félix voltava para casa com a mãe numa kombi no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, quando foi baleada. O disparo, que partiu da arma de um PM, atingiu as costas da menina que chegou a ser socorrida, mas não resistiu e morreu na madrugada do dia 21 de setembro de 2019. Com apenas 8 anos de vida, Ágatha entrou para a cruel estatística de crianças* vítimas da violência armada no Grande Rio – que só cresceu: depois dela, outras 28 crianças foram baleadas.
Durante esse período, a maioria das vítimas foi atingida por balas perdidas** (21), mas também houve situação em que a criança foi o alvo do tiro: em 7 de junho deste ano, o menino Douglas Enzo comemorava seu aniversário de 4 anos numa festa em casa em Magé, na Baixada Fluminense, quando foi baleado no peito. Investigações da Polícia Civil concluíram que o atirador, que participava da festa, teve intenção de matá-lo.
Presença de Agentes
9 crianças foram baleadas em situações em que havia a presença de agentes de segurança*** – 2 delas morreram. Rio (6), São João de Meriti (2) e São Gonçalo (1) foram os municípios que tiveram crianças baleadas em casos com presença de agentes.
Municípios
O Rio foi o município com o maior número de crianças baleadas durante o período: foram 14, sendo 4 delas mortas. Em seguida, ficaram São Gonçalo (4), Belford Roxo (3), São João de Meriti (2), Duque de Caxias (2) e Magé, Maricá, Guapimirim e Nova Iguaçu com 1 baleado cada.
Criança: com idade inferior a 12 anos (UNICEF)
**Vítima de bala perdida: a pessoa que não tinha nenhuma participação ou influência sobre o evento no qual houve disparo de arma de fogo, sendo, no entanto, atingida por projétil (ISP).
***Presença de agentes: Situações em que são percebidas a presença de agentes de segurança durante o tiroteio/disparo. Exemplo: Operação, Ação, Assalto a agentes etc.