RIO DE JANEIRO - A tenente-coronel Gabryela Dantas, que antes era porta-voz da Polícia Militar, foi exonerada depois de gravar um vídeo contra um jornalista do grupo Globo. No próprio vídeo, publicado nas redes sociais de vários batalhões e inclusive no oficial da PM, a Tenente comentava sobre uma reportagem vinculada nos jornais Extra e o Globo que usavam dados oficiais da própria corporação para mostrar o aumento do consumo de munição por policiais no batalhão investigado pelas mortes das meninas Emilly e Rebeca, no último sábado, na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A Tenente chegou a chamar a reportagem de “mentirosas”. O vídeo viralizou e a fala da PM, acabou provocando uma onda de ataques ao jornalista. Diante do caso, ela foi exonerada pelo então governador do RJ. "Com liberdade de imprensa não se brinca", Disse o Claudio Castro. Vale lembrar, que mesmo a A tenente sendo exonerada e afastada do cargo, ela permanece como oficial da Polícia Militar.
Confira a nota do Grupo Globo abaixo.
“Faz parte da prática jornalística diária lidar com críticas, contestações e pedidos de reparação de alguma informação. No entanto, a Editora Globo repudia os ataques feitos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, que, por meio de um vídeo oficial, classificou o repórter como inimigo da corporação e incentivou a população a divulgar vídeo. Não é papel de uma instituição de Estado atacar pessoalmente um profissional nem incitar a população contra ele”.
“Os números exibidos na reportagem constam de documento produzido pelo batalhão da Policia Militar de Duque de Caxias, chamado de Mapa de Munição. Esse registro é produzido quinzenalmente por todos os quartéis da PM. A reportagem, amparada em tais documentos, obtidos pelo jornalista, ouviu e registrou a versão da Polícia Militar sobre os dados”.
Segundo a reportagem, a quantidade de munição utilizada em novembro, quando comparada à registrada nas duas quinzenas de julho, é três vezes maior. E, quando comparada à registrada em setembro, é 75% maior.