Na vanguarda do setor e a exemplo de outros estados, a Cedae lança nesta quarta-feira (08/09) Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para obter projeto de eficiência energética com expectativa de gerar economia de até 40% em suas quatro principais unidades de produção, grandes consumidoras de energia. Um dos maiores custos da companhia hoje é – e continuará sendo – o consumo de eletricidade. Com isso, a empresa tem a expectativa de reduzir gastos, otimizar a operação e contribuir para o tema da sustentabilidade ambiental ao propor o uso de energias de baixo carbono. A implementação do projeto se dará a partir da transmissão dos serviços para as novas concessionárias, quando a Cedae passará a focar sua atividade na captação e tratamento de água.
Diretor-presidente da companhia, Leonardo Soares descreve o viés sustentável do PMI, alinhado aos propósitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU): “Com medidas como essa, pretendemos chegar a uma Cedae mais produtiva, mais segura, mais transparente e que respeita o meio ambiente”.
O documento do PMI destaca que o insumo energia elétrica é bastante significativo para as companhias de saneamento. Sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário são responsáveis por 3% da energia consumida no mundo e 98% das empresas nacionais têm a energia entre seus três principais custos. Mapeamento das despesas com energia elétrica em quatro grandes unidades de produção da companhia mostra que as estações de tratamento Guandu e Laranjal, a captação de Imunana e a Elevatória do Lameirão juntas consomem R$ 43,77 milhões por mês (dado de dezembro de 2020, ver quadro).
Segundo estudos preliminares, a adoção de energias renováveis nas plantas da companhia poderia trazer economia anual acumulada de R$ 2,4 bilhões a R$ 7,38 bilhões em até 25 anos. A instalação de plantas de autoprodução de energia nas principais unidades proporcionaria redução significativa das despesas. Atualmente, o valor unitário do megawatt/hora fora dos horários de pico gira em torno de R$ 600, enquanto o valor da energia solar no mercado livre é de R$ 200 em média. Essa e outras possibilidades serão exploradas pelos estudos técnicos.
São Paulo, Bahia, Ceará, Minas Gerais e Piauí são citados no documento como estados em que as companhias de saneamento já começaram a investir em estudos de autoprodução. Dentre os impactos positivos desta medida aparecem benefícios ambientais da geração de energia limpa e resultados sociais da geração de empregos com a implantação e operação dos projetos.
Propostas apresentadas em 90 dias
Pelo PMI, concorrentes terão 90 dias para apresentar propostas para fazer o levantamento dos dados e pesquisas para estudar a viabilidade e desenhar a modelagem do projeto. As despesas com este processo seriam pagas pelo eventual vencedor de uma futura licitação, que pode ou não ser lançada pela Cedae.
Interessados em participar poderão entrar em contato com a comissão técnica constituída pela Cedae para solicitar esclarecimentos em até cinco dias úteis anteriores ao prazo de entrega do Requerimento de Autorização para a realização dos Estudos Técnicos, até as 18h, para o endereço eletrônico licitacoes@cedae.com.br. Outra opção é entregar o requerimento por escrito no edifício sede da companhia (Avenida Presidente Vargas n° 2655, Cidade Nova, Rio de Janeiro – RJ). A Companhia tem até dois dias úteis para fornecer resposta.