Encerrando as atividades de prevenção ao suicídio relacionadas com o Setembro Amarelo em São João de Meriti, a Secretaria de Saúde promoveu, nesta terça-feira (28), uma roda de conversa com a população nas Unidades de Saúde da Vila São José e da Vila Tiradentes, com a presença de profissionais da saúde e de mulheres cadastradas nos respectivos postos de atendimento.
Ao longo do mês, psicólogos, enfermeiros e técnicos da rede municipal participaram de um bate-papo nas 19 unidades da Atenção Básica com o objetivo de ressaltar a importância na identificação de situações em que é necessário garantir apoio e ajuda às pessoas que se encontram emocionalmente vulneráveis.
O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, problema que vem aumentando de acordo com dados da empresa Insurtech Azos. O estudo aponta que, entre 2014 e 2019, o número de suicídios no Brasil aumentou 28%. No período, segundo o levantamento, as pessoas que tiraram a própria vida passaram de 9,7 mil para 12,4 mil. Embora não haja causas únicas que expliquem o suicídio, podemos citar algumas situações recorrentes nesses casos: estresse e isolamento social, perda de emprego, dificuldades financeiras, problemas de relacionamento, traumas (principalmente abusos sexuais), depressão, esquizofrenia, abuso de álcool, baixa autoestima, sofrimento em relação à própria orientação sexual, doenças e dores crônicas, guerras e grandes conflitos.
A Psicóloga da Estratégia de Saúde da Família Meiry Veras, 53 anos, participou da conversa hoje com as mulheres cadastradas na Unidade de Saúde da Vila Tiradentes e reforçou a importância de falar sobre esse assunto durante o ano inteiro porque todos os dias são importantes e toda vida vale. "Como psicóloga, eu cuido de transtornos emocionais e percebi que durante essa pandemia, além da covid, estamos vivendo uma outra pandemia que é a das doenças psíquicas. O número está crescendo cada vez mais e, por isso, a nossa preocupação precisa ser focada no próximo. É praticar a empatia e não só ouvir o que o outro fala, mas escutar", disse Meiry.
"Perdi meu marido e quase perdi minha filha e neta. Estou em depressão e minha filha também. Ouvi dela que a solução dos problemas era se matar e matar minha neta. Preciso ser forte, mas como se eu também estou fragilizada? A força precisa ser de Deus, mas nós precisamos também de ajuda especializada senão a gente não agüenta”. Esse é o triste depoimento de Valéria, cadastrada na unidade e que procurou por ajuda quando se viu sem saída diante dos problemas da vida.
Vale reforçar que, para pacientes que sofrem de transtornos psicossociais e precisam de ajuda, o município possui unidades do Centro de Atenção Psicossocial que estão de portas abertas para atender à população de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Confira os locais:
Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas Marinheiro João Cândido - Rua Clara Costa, 19 - Centro de São João de Meriti
Centro de Atenção Psicossocial Infantil - Av. Presidente Lincoln, 126 - Jardim Meriti
Caps ll Vonica - Rua Cacilda, 1267 - Agostinho Porto