Quem anda de ônibus precisa de duas coisas: paciência e sorte. Paciência para e esperar pelo coletivo e sorte para que a empresa Tinguá, que opera as linhas no Rio e na Baixada Fluminense, siga apenas o básico para que o passageiro possa chegar ao seu destino.
Segundo eles, falta o mínimo dentro dos coletivos, como bancos de assento e local limpo. Fora as goteiras que ocorrem com frequência. 'Não precisa nem chover para ficar pingando dentro e quando chove, a situação ainda é pior." contou uma passageira.
De acordo com a reportagem do RJ1 da TV Globo, as reclamações contra a empresa aumentaram 75% no Detro de 2019 para o ano passado. A empresa está em recuperação judicial e afirma ter mais de R$ 28 bilhões em dívidas.
“As dificuldades operacionais da transportadora são o retrato fiel da degradação do transporte público causado pela crise no setor”, informou a empresa por meio de nota.
A Viação Tinguá afirma ainda que o congelamento das tarifas, há mais de três anos, e os reajustes de combustíveis, entre outras coisas, impactaram a capacidade de operação da empresa e o pleno atendimento da população.
Em um dos casos, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, um ônibus pegou fogo no meio da Via Dutra.
Outro ônibus, que faz a linha 499, Central- Cabuçu, também ficou em chamas na Estrada da Palhada, em Nova Iguaçu.
O estado ruim da conservação dos veículos tem sido alvo de denúncias, inclusive os pneus, que colocam a vida dos passageiros em risco. Um dos veículos da empresa se chocou com um caminhão de mudanças.
Má conservação
Em outros casos, os passageiros sofreram com goteiras dentro dos veículos e até parabrisa quebrado no meio da chuva.
“Pego Cabuçu e Queimados. Geralmente estão bem sucateados: banco quebrado, sujeira no chão. Ar-condicionado em mal funcionamento. Goteira quando chove. Janela quebrada”, disse o cozinheiro André Luís da Silva Bastos.
O assistente administrativo Ronilson já ficou no caminho porque o ônibus quebrou.
“Quando voltei anteontem, o ônibus quebrou no fiscal. A porta não queria fechar e o carro lotado. Todo dia tem um carro quebrado. Se pegar um trecho daqui para a Central vê dois ou três carros lotados”, disse Ronilson.