Assim que percebeu a chegada de três palhaças à pediatria do Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), nesta quarta-feira (23), Maria Fernanda Rodrigues, de 7 anos, ganhou um motivo a mais para sorrir. Com previsão de alta para os próximos dias, ela e outras crianças aproveitaram essa visita ilustre e muito divertida, que trouxe alegria, brincadeiras e palavras de conforto. Depois de dois anos afastados do hospital por causa da pandemia, o trio voltou e trouxe momentos de alegria e descontração.
“Estar em um hospital é uma rotina difícil, de ansiedade e nervosismo. O retorno das palhaças é ótimo, pois tira o estresse, traz alívio, alegria e confiança, ajudando na recuperação”, conta Marcela da Silva Rodrigues, de 37 anos, mãe de Maria Fernanda.
Com máscaras faciais N95 personalizadas, vacinadas com as três doses contra a Covid-19 e seguindo as recomendações sanitárias do HGNI, as palhaças “Beloka”, “Bunitinha” e “Ana Rika” levaram um clima de alegria por onde passaram. A ação faz parte do Projeto Alegria, que pertence ao Núcleo de Assistência Religiosa (NAR) e acontece há 12 anos. O objetivo é claro: tirar sorrisos de onde antes havia dor.
“Ações como essas são fundamentais para acolher, de forma humanizada, os pacientes que estão internados, acompanhantes e funcionários. O riso, a alegria e a diversão que a palhaçaria traz ajuda a curar e isso é comprovado cientificamente. Então é gratificante saber que voluntários também cuidam de nossos pacientes”, ressalta o secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Nobre.
A visita dos palhaços ainda está restrita a uma vez na semana, todas as quartas. Elas passam por setores de internação sempre oferecendo, através de brincadeiras, músicas e trapalhadas, o acolhimento humanizado que o paciente precisa. A expectativa é que, aos poucos, o projeto seja ampliado com a chegada de mais palhaços e alcance mais setores do HGNI.
“Trazer essa ludicidade com palhaço na prestação da assistência religiosa é importante. As vezes essa figura do palhaço acaba quebrando a dureza da pessoa que reage bem, sorrindo e receptiva. Sempre percebi que a palhaçaria, a contação de histórias e a presença agrega valores. Somos voluntários que trabalham com isso”, explica o coordenador do NAR, Paulo Ogg.
Palhaças sentiram falta da rotina
Ficar afastada das atividades no hospital deixou um vazio para o trio de palhaços. Uma das mais antigas no projeto, Cláudia Beatriz Alves, de 58 anos, a ‘Beloka’, revela que o momento do retorno foi muito esperado, mas precisou ser totalmente preparado para acontecer com segurança. Ainda de acordo com ela, a receptividade é tão grande, que às vezes é difícil fazer o trabalho como antes.
“Essa volta foi surpreendente, pois as pessoas nos acolhem bem, nos param e aí a gente dá atenção, pois o objetivo do palhaço é servir. Procuramos conversar com cada um, ouvindo e matando a saudade”, conta a intérprete da “Beloka”.
O trio é unânime ao eleger o momento mais gratificante durante a visita dos palhaços: o de levar sorrisos aos rostos dos pacientes.
“É um sentimento de missão cumprida. Nós nos preparamos muito para conseguir tirar um sorriso de um paciente. Quando acontece, é a realização, um presente”. Indiscritível”, destaca, emocionada, Lucicleide Farias, de 54 anos, a palhaça “Bunitinha”. “É uma sensação indescritível, de dever cumprido”, completa Ana Cláudia Ribeiro Lima, de 48 anos, a “Ana Rika”.
Quem também aproveitou para sorrir junto com as músicas e palhaçadas foi Ana Paula de Melo, de 41 anos. Isso porque o seu filho, Samuel, com 4 anos, ria e cantava a cada brincadeira na enfermaria.
“É um projeto lindo, a primeira vez que eu assisto e amei. Anima muito as crianças e as mães também. Que essas ações continuem sempre acontecendo, pois são fundamentais”, conclui.