Histórias em braile, bonequinhos em alto relevo, culinária e jogos pedagógicos que estimulam os sentidos são algumas das atividades oferecidas nas Salas de Recursos das escolas municipais de Japeri. O projeto de Educação Especial oferecido pela prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), atende 128 estudantes com déficit de atenção e hiperatividade, autismo, deficiências visual, auditiva, intelectual, entre outros casos.
De acordo com a professora Gláucia dos Santos, da Escola Municipal Pastor Aristides Arruda, na sala de recursos os estudantes são estimulados a desenvolver a coordenação motora, concepção visual e auditiva, além de potencializar outras habilidades necessárias à evolução deles, não só na sala de aula, mas em casa e outros lugares da sociedade. “O professor tem que ser muito criativo para elaborar a mesma tarefa em perspectivas diferentes, modelando o trabalho de acordo com cada aluno”, conta a professora, que faz parte do Atendimento Educacional Especializado (AEE). As crianças são assistidas, de forma individual, em sete unidades escolares. Os alunos matriculados nas salas de apoio estudam no contra turno. Se são do turno da manhã, participam das atividades na parte da tarde duas vezes por semana com 50 minutos de aula. No ato da matrícula, o estudante é inserido em uma turma regular com outros alunos, de acordo com a idade e série. Entretanto, os responsáveis podem solicitar a adesão para as salas especiais, de forma voluntária. Uma vez que o intuito do projeto é complementar o ensino regular. Assim, o aluno não perde o convívio com a turma e nem deixa de cumprir o calendário escolar.
Onde estudar
As escolas municipais que realizam esse trabalho são: Bernardino de Melo (20 alunos), Governador Leonel de Moura Brizola (22 alunos), Pastor Aristides Arruda (20alunos), Professora Celita Rodrigues (11 alunos), Santa Terezinha (11 alunos), Santos Dumont (15 alunos) e o CIEP 401 (29 alunos).
Apesar de não ser obrigatório a matrícula nas salas especiais, a dona de casa Priscila Gomes considera importante que o filho Davi Augusto, de 11 anos, portador de Transtorno Espectro Autista, seja acompanhado por profissional especializado na Escola Municipal Pastor Aristides Arruda. “Em pouco tempo aqui, ele já consegue falar olhando nos olhos. Algo que era extremamente difícil de acontecer. Eu, como mãe, agradeço aos funcionários da escola pelo carinho. Quem acompanhou meu filho desde pequeno nem acredita nas coisas que ele consegue fazer agora”, conta com entusiasmo.
Renata Cristina é outra mãe que se sente motivada com a evolução da filha Rebeca Cristina, de 9 anos. A menina, que nasceu com microcefalia, autismo e deficiência visual, encontrou na escola um ambiente de afetividade. “Minha filha chora para vir à escola. Ela sente muita falta das atividades. Eu sei que isso é fruto de um trabalho sério feito pelos professores e direção”, desabafa a mãe.