Foto: Bea Silva |
Celebrado em 25 de julho, o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha busca visibilizar a população feminina afrodescendente e estimular a promoção de políticas públicas voltadas para esse grupo. Em comemoração, a Prefeitura Municipal de Mesquita organizou uma roda de conversa com o tema “Semeando Atitudes, Empoderando Vidas”. A atividade aconteceu na segunda-feira, no Espaço da Mulher Mesquitense, que fica na rua Libânia 195, na Vila Emil.
Quem comandou a conversa foi a subsecretária municipal de Assistência Social de Seropédica, Pretta Gonçalves. Na oportunidade, ela compartilhou um pouco da própria história e de como se aceitou negra, diante do preconceito vigente na sociedade. “Eu tinha vergonha de quem eu era e me achava feia. Quando as pessoas me perguntavam, eu dizia que era morena escura. Mas isso mudou quando uma professora minha me contou a história do nosso povo e a força que há nele. Então, eu entendi que não havia nada de errado comigo”, salienta.
Empoderamento
Outras temáticas que marcaram o evento foram as questões do empoderamento feminino e a representatividade das mulheres nos âmbitos públicos. “Ser empoderada é amar a mulher que você é. Do jeito que você é. Da cor que você é. Precisamos saber quem somos, porque isso faz com que tenhamos orgulho da nossa história”, aborda Pretta, que ressalta a importância de todos se engajarem na luta antirracista.
Em Mesquita, a Coordenadoria Municipal de Políticas Para Mulheres é uma das pastas responsáveis por atuar no cenário. Ela abrange não só as mulheres negras, como todas as outras do município. Um exemplo dos esforços é o Espaço da Mulher Mesquitense. Lá, são oferecidos cursos e aulas gratuitas, além de palestras, encontros e rodas de conversa. O intuito é ressaltar o empoderamento feminino, com foco na autoestima e na independência financeira e emocional delas.
Além disso, o município conta com o CEAM (Centro Especializado de Atendimento à Mulher). O local acolhe mulheres vítimas de algum tipo de violência, seja ela física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial. Ele funciona no Fórum da cidade, na Rua Paraná 1, no Centro, em frente ao Paço Municipal.
“Através desses serviços, vejo que conseguimos trazer as mesquitenses mais para perto da nossa abrangência. Por exemplo, através dos cursos do Espaço, não só colaboramos na vida pessoal delas, como também na vida profissional. Muitas já chegaram, depois de formadas, dizendo que conseguiram entrar no mercado de trabalho ou que começaram a empreender. Nesse sentido, costumo dizer que ninguém segura uma mulher segura”, explica Silvânia Almeida, coordenadora municipal de Políticas Para Mulheres de Mesquita e, também, do CEAM.
A Data
Em 2022, o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha completa 30 anos. A data foi instituída no 1° Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, na República Dominicana, em 1992. Lá, foram levantadas várias questões políticas visando esse público.
No Brasil, o dia 25 de julho foi reconhecido pela Lei nº 12.987, em 2014, para homenagear Tereza de Benguela e a Mulher Negra. No século XVIII, ela foi líder do quilombo de Quariterê, que fica em Mato Grosso, e se tornou um grande símbolo da resistência na luta contra a escravidão.