Fotos: Alziro Xavier / PMNI |
Ninguém está preparado para ver um familiar, amigo ou pessoa próxima precisar de um atendimento médico. É uma situação que gera ansiedade, medo e insegurança. No Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), a equipe de psicologia faz um acolhimento humanizado, não só ao paciente e seu acompanhante, como também aos funcionários que precisam cuidar da saúde mental. Neste sábado, dia 27, é celebrado o Dia do Psicólogo, um profissional que tem um papel fundamental na rotina de uma das principais emergências da Baixada Fluminense.
Essa escuta qualificada e o acolhimento humanizado ajudaram Rosineide da Silva Martins Marinho, de 62 anos, em um momento difícil de saúde. Internada no HGNI há 21 dias, ela passou por uma cirurgia de amputação na última terça-feira (23), pela terceira vez em sua vida. Mesmo sendo uma situação de difícil aceitação, a idosa agradeceu a equipe de psicologia.
“Nota 5 mil. Eles são bons, atenciosos e desde que eu me internei, são atenciosos, conversam comigo e ajudam com minhas dúvidas. É um trabalho essencial muito importante que o hospital oferece para todos os pacientes”, conta ela.
Apesar de ser uma unidade superlotada pela grande demanda de atendimentos, o HGNI preconiza o acolhimento humanizado e conta com o setor de psicologia para melhor receber esses pacientes e familiares. São 11 psicólogos na equipe, que trabalham em plantões de 24h, atuando na emergência, em setores de internação, no ambulatório e em projetos que precisam de um suporte qualificado, como o de captação de órgãos, apoio às vítimas de violência física ou sexual e saúde do trabalhador. Por mês, realizam cerca de 1.100 atendimentos.
“É impossível fazer acolhimento humanizado sem a estrutura de um psicólogo, que vai saber como lidar com cada situação. Temos inúmeros casos em que o paciente passa por um momento de ansiedade maior pela internação, principalmente em CTI. Isso gera dúvida e medo, mas nossa equipe de psicologia está pronta para oferecer o melhor conforto”, destaca o diretor-geral do HGNI, Joé Sestello. “Não imagino um hospital geral sem uma estrutura de psicologia”.
Equilíbrio e neutralidade para atender
Um dos grandes desafios da equipe de psicologia do HGNI é a demanda no setor de emergência. A psicóloga Ana Cláudia Bello, de 52 anos, que trabalha na unidade há 20 anos e coordena o serviço há sete, explica a necessidade de lidar com esses casos, que muitas das vezes acontecem de forma inesperada na vida do paciente e do acompanhante.
“Infelizmente acontecem acidentes, agressões, casos de violência e isso leva a um momento de desespero, de questionamento e de pensar no pior, principalmente para os familiares. Eles pedem ajuda indiretamente. Então, nosso grande desafio é acolher e segurar essa demanda para poder chegar a um equilíbrio neste momento tão difícil quando se chega em uma emergência”, ressalta.
Os psicólogos do HGNI também precisaram se adequar ao momento mais difícil da pandemia. Os atendimentos praticamente dobraram, não só aos pacientes internados com a Covid-19, como também aos médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, administrativos e outros funcionários que até hoje carregam a responsabilidade de salvar vidas.
“Era um momento onde as pessoas não compreendiam o que estava acontecendo. Os funcionários também carregavam essa responsabilidade e começaram a perceber um processo de adoecimento mental, buscando um psicólogo do setor de saúde do trabalhador”, explica uma das psicólogas do hospital, Milena das Graças.
Atendimento ao funcionário
O funcionário que atua no HGNI pode procurar o núcleo de saúde do trabalhador, ou até mesmo o setor de psicologia, de segunda a sexta-feira, para iniciar sua terapia. Essa assistência é fundamental não só para seu melhor desempenho em suas funções, como também para cuidar da saúde mental, um tema que ganhou grande repercussão nos últimos anos.