Foto: Lucas Alexandre |
O Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire, dizia: “Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender”. Foi nesta perspectiva que a Secretaria Municipal de Educação de Japeri (Semed) promoveu a "Semana da Pessoa com Deficiência” ,nas escolas e realizou atividades de reflexão sobre todas as formas de comunicação e interação no ambiente inclusivo.
“Os alunos reproduziram atividades que pessoas com deficiência (PDC) executam no dia-a-dia e muitos nem sabiam que deficiêntes visuais, por exemplo, conseguem ler em braille. Por isso, a importância de projetos assim”, é o que conta a diretora, Marcele Aparecida, gestora da E.M. Lucimar de Souza Santos - CIEP 401.
Mas a escola não foi a única a esclarecer o tema. Toda Rede de Ensino se envolveu na proposta do setor pedagógico da Semed. Entre elas, as Escolas Municipais Leonel de Moura Brizola, Célia Sobreira, Teófilo Cunha, a Creche Antonio Jorge e outras unidades escolares.
Embora a proposta das atividades terminaria no dia 28, o CIEP 401 desenvolveu, além de contação de histórias do livro “Minha amiga cadeirante", desenhos alusivos acerca do tema. Por fim, as turmas assistiram ao curta-metragem “Tamara”, que fala sobre uma menina surda com o sonho de ser bailarina.
Na última terça-feira (30), as atividades continuaram com palestras sobre inclusão e diversidade com a orientadora educacional, Juliana Soares. O projeto foi uma parceria com as professoras do Atendimento Educacional Especializado – AEE, Regina Lúcia e Lilian Rodrigues, que compõem o Apoio Pedagógico da escola.
Para encerrar a semana, nesta sexta-feira (02), Juliana, reproduziu o documentário “Inclusive eu”, elaborado pelo Governo do Estado, para os pais e responsáveis. O objetivo foi entender como as famílias reagem aos diagnósticos, como identificam e como buscam ajuda. Além de trocarem experiências com profissionais do assunto.
Transtorno do Déficit de Atenção
Mariana Pereira assistiu, atentamente, às explicações da orientadora. Ela é mãe de Ketelyn Pereira, 12 anos, diagnosticada com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A aluna, da quinta série, faz uso da sala de recursos no contraturno uma vez na semana. Na sala os alunos produzem atividades de desenvolvimento cognitivo e tem atendimento individual com um especialista da educação inclusiva.
Segundo Mariana, depois que Ketelyn passou a assistir às aulas na atual escola, sua vida nunca mais foi a mesma. “Ela surpreendeu a todos com uma melhora significativa. Já consegue, inclusive, fazer bolo em casa”, a mãe acrescenta, ainda, que muitas atividades realizadas em casa são fruto de orientação dos profissionais da sala da sala de recursos.
A orientadora e palestrante, Juliana, conta que a escola disponibilizou até um acervo de livros em braile para que os alunos se sentissem parte desse universo inclusivo. Segundo ela, é importante estimular a empatia nos colegas de classe. “Às vezes as pessoas passam por eles e agem como se não existissem e eles se sentem incomodados. Logo, manifestam um incômodo quando não são percebidos”, contou, reforçando que todos precisam entender que a diversidade faz parte da vida humana e cada vez está mais presente.
Helena Oliveira, 12 anos, está entre os 25 alunos com deficiência matriculados no CIEP 401. Ela tem hidrocefalia e usa próteses nas pernas. Ela ficou emocionada com a iniciativa e contou que quando chegou na nova escola achou que não iria se adaptar. Mudou de unidade de ensino por cinco vezes. "Me surpreendi com o carinho das minhas professoras. Em especial a Ju (Juliana Soares). Aqui aprendi que não posso deixar minhas limitações frustrarem os meus sonhos”, finaliza Helena.