Referência em saúde pública na Baixada Fluminense, o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) completa 40 anos de fundação este mês. Muitas vidas puderam ser salvas ao longo deste período, já que a unidade é uma das poucas emergências de portas abertas disponível para atender uma região formada por 13 municípios. Este cenário se mantém até hoje, mas o HGNI, com o apoio da Prefeitura de Nova Iguaçu, continua priorizando um atendimento humanizado e qualificado à população, apesar da constante superlotação.
Ao longo destes 40 anos, o HGNI passou por muitas mudanças e adequações estruturais e assistenciais. Apesar de ser um hospital federal, ele foi cedido ao município de Nova Iguaçu em 2002. Atualmente, faz uma média de 18 mil atendimentos mensais, 1.200 internações, 610 cirurgias e 1.050 altas.
O hospital tem 18 mil metros quadrados de área construída. A estrutura é composta por seis blocos, onde se encontram as emergências adulta, pediátrica e o trauma, enfermarias, ambulatório, CTIs, banco de sangue, entre outros serviços. Conta também com um departamento de infecções sexualmente transmissíveis e setor de pesquisas. Na emergência as especialidades de clínica médica, cirurgia geral, cirurgia vascular, neurocirurgia, pediatria, ortopedia, e bucomaxilofacial.
“A história comprova que o HGNI tem uma importância fundamental para moradores de Nova Iguaçu e também da Baixada Fluminense. É um desafio diário, mas a maioria dos casos tem desfecho positivo graças aos serviços oferecidos pela unidade, que convive com a superlotação, precisa de ajuda para lidar com essa grande demanda, mas está sempre pronta para atender a população”, destaca o prefeito Rogerio Lisboa.
Outro grande desafio pelo qual o HGNI está passando são as obras, considerada a maior desde sua fundação, em setores sem acarretar paralisação de qualquer serviço. Já foram entregues, totalmente reformadas, 40 enfermarias, o ambulatório, parte da sala verde, a emergência pediátrica e o telhado, enquanto há um projeto em execução para construção da Estação de Tratamento de Esgoto, ampliação do Centro de Imagem, obras na emergência, centro cirúrgico e áreas administrativas.
O HGNI entrou em funcionamento em 1982, sob gestão do Ministério da Saúde, através do antigo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). O hospital era exigência dos moradores da região, já que na época não existia uma grande emergência para atender à população através do Sistema Único de Saúde (SUS). Como havia urgência na procura dos pacientes, os setores foram todos equipados e abrindo, um a um, sendo o último deles no dia 22 de novembro. A inauguração oficial só viria a acontecer sete anos depois, no dia 20 de novembro de 1989.
Pacientes elogiam o hospital
O operador de máquinas Edmilson Amaral dos Santos, de 32 anos, sofreu um acidente de moto e quebrou a perna direita. Morador de Paracambi, ele conta que só conseguiu o socorro devido em Nova Iguaçu, a cerca de 32 quilômetros de distância. Chegou ao HGNI, operou e ficou internado por oito dias até receber alta.
“Foi um verdadeiro susto. Quebrei a perna em quatro lugares e quando cheguei ao HGNI, fui atendido e operado rapidamente. Tenho que dar graças a Deus por este hospital”, conta ele.
Agnaldo Teixeira, de 60 anos, caiu em casa e quebrou o braço. Morador do bairro Cacuia, em Nova Iguaçu, também foi socorrido para o hospital, onde recebeu toda a assistência necessária.
“Se acontecer um acidente no trânsito, na empresa, no lar, onde for, a referência é o hospital da posse”.
Formador de profissionais
Uma das características do HGNI é participar ativamente da formação de novos profissionais na Baixada Fluminense. É parceiro de grandes universidades e centros de especialização, sendo uma referência para internatos, estágios técnicos e programas de residência médica. São várias as especialidades, como pediatria, clínica médica, clínica cirúrgica, anestesia, ortopedia, ginecologia e obstetrícia (feito em conjunto com a Maternidade Mariana Bulhões), infectologia, medicina intensivista e medicina de emergência. Tem o título de “Hospital de Ensino”, concedido pelos Ministérios da Saúde e da Educação.
“O HGNI tem papel essencial para minha formação. Me deu a oportunidade de aprender com grandes profissionais. Até hoje ainda aprendo muito e sou grato a tudo que vivi aqui dentro. Que nesta data de aniversário o hospital possa prosperar ainda mais”, conta o diretor-geral do HGNI, Joé Sestello, que foi médico da unidade.
Servidores têm papel fundamental na trajetória
Por trás de um grande hospital estão os profissionais que trabalham diariamente para garantir os melhores serviços. Quem acompanhou de perto toda a história foi Araci Machado, de 67 anos. Ela trabalha no HGNI desde a sua fundação, quando foi chamada para compor o quadro de RH da unidade, em 1982. Hoje trabalha como coordenadora do setor de documentação científica, mas já passou por vários setores. Gratidão é o sentimento que traduz seu carinho pelo hospital.
“Eu tenho prazer em servir à população e devo muito ao HGNI profissional e pessoalmente. Em 2014 tive um problema grave de saúde e se não fosse esse hospital eu não estaria aqui para contar essa história. Feliz por estes 40 anos”, conta a servidora.